Câmara muda de ideia sobre auditoria da FMS; entenda
O presidente da casa legislativa, Enzo Samuel, disse que a auditoria do TCE-PI não apontou irregularidades, mas sim uma "confusão contábil".
Após o alarde inicial da Câmara Municipal de Teresina por conta das “irregularidades” na saúde e até ameaça de convocação do presidente da Fundação Municipal de Saúde, Ítalo Costa, para explicar o “sumiço” de R$ 30 milhões em emendas, o relatório do Tribunal de Contas do Estado foi entregue e os parlamentares agora mudam o tom.
O presidente da casa legislativa, Enzo Samuel (PDT), disse que a auditoria não apontou irregularidades, mas sim uma “confusão contábil” na Fundação Municipal de Saúde (FMS). Em entrevista à TV Clube na manhã dessa terça-feira (14), o vereador falou sobre o acordo firmado entre a Câmara, a FMS e o TCE para que a Fundação envie relatórios mensais explicando as ações efetivas desenvolvidas para solucionar os problemas encontrados na auditoria.
No ínicio do mês, o TCE apresentou o relatório da auditoria que encontrou nove irregularidades na gestão da FMS de Teresina entre os anos de 2023 e 2024, entre elas o sumiço de R$ 30 milhões em emendas parlamentares. A fiscalização atendeu solicitação da Câmara Municipal de Teresina.
O processo de auditoria constatou que a FMS não sabe quais as dívidas provenientes dos exercícios anteriores, não tem planejamento para a aquisição dos insumos e não segue um calendário de pagamento que respeite a ordem cronológica das dívidas junto aos fornecedores. Ainda, verificou a existência de falhas contábeis que impossibilitam identificar a origem dos recursos e em que eles foram aplicados.
Questionado pelo entrevistador sobre a responsabilização pela desorganização da pasta, o vereador Enzo Samuel disse que o mais importante é garantir que a situação não se repita. Após apelo do presidente da FMS, Ítalo Costa, a Câmara decidiu não realizar uma audiência pública sobre o caso, e justificou dizendo que, neste momento, uma audiência pública poderia ser transformada em questão político-eleitoral, desvirtuando o propósito das instituições, que é encontrar soluções para os graves problemas vividos pela saúde pública na rede municipal.
“A FMS passou por vários gestores nos últimos anos, quando o gestor atual assumiu essa crise já estava tomando de conta. É importante encontrar quem são os responsáveis, mas como eu disse, o que se apresenta é uma falta de organização desde o começo. O que a população mais quer é que tenha medicamento nas UBS, que tenham insumos nos hospitais. E é isso que a Câmara Municipal quer, nós vamos fiscalizar e cobrar para que problemas como esse não aconteçam mais em nossa cidade”, declarou Enzo Samuel.
Fonte: Piauí Hoje