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Samu informou ao HUT que músico morto em perseguição foi baleado

Em nota, unidade de saúde alega que não foi possível realizar tomografia porque vítima faleceu horas depois.

O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) emitiu uma nota, nesta segunda-feira (3), informando que o Samu relatou que Carlos Henrique de Araújo Rocha Filho, de 24 anos, músico morto durante uma perseguição policial na madrugada da última quinta-feira (30) em Teresina, foi baleado na cabeça.

O baixista e o motorista de aplicativo Francisco Valdéris Camilo Sousa, de 26 anos, estavam em um carro e foram surpreendidos com uma batida de outro veículo, no qual estavam os suspeitos que estavam sendo perseguidos pela polícia.

Em entrevista, o motorista de aplicativo relatou que, após a batida, viu a sirene da polícia se aproximar e ouviu tiros em seguida. “Me abaixei no carro, abri a porta, sai abaixado e atravessei a avenida com cuidado, me distanciando das balas para me proteger”, contou Francisco Sousa. 

Ele não viu o momento que o músico saiu do carro. “Não vi para onde ele correu. Depois que vi que estava seguro que fui procurar e vi que o carro estava vazio. Mas o instrumento dele ainda estava lá. Quando vi, ele estava no chão. Não cheguei perto, eu não conseguia ver”, relatou.

Inicialmente, foi divulgado que o músico havia sido baleado, mas o Departamento de Polícia Técnico-Científica, da Polícia Civil do Piauí, divulgou que Carlos Henrique morreu devido ao impacto da batida. 

Agora, o HUT afirmou em nota que a equipe do Samu, que prestou o socorro inicial, relatou que o paciente sofreu uma perfuração de arma de fogo na cabeça. 

No comunicado, o HUT informou que o músico deu entrada por volta das 3h da madrugada, levado pelo Samu, e foram solicitados exames, incluindo uma tomografia do crânio, mas ele morreu antes, devido ao estado grave em que se encontrava. 

A mãe de Carlos Henrique, Alessandra Maria, contou que ouviu do médico que atendeu seu filho que ele havia sido baleado na cabeça. “Perguntei a ele o que realmente aconteceu e ele me disse que meu filho foi alvejado com um tiro de arma de fogo na cabeça”, disse. 

“Ele mentiu para uma mãe que estava lá com o coração sangrando? Fui impedida de entrar no IML não me deram o direito de ver [o corpo]. Não sabem o tamanho da dor que deixaram numa família”, afirmou a mãe.

“Arrancaram meu coração, arrancaram de dentro de mim o bem mais precioso que era meu filho. Um homem bom, trabalhador. Eu quero justiça. Sei que não vai trazer ele de volta, mas eu quero justiça pelo meu filho”, completou Alessandra Maria. 

“Vou fazer justiça”, diz viúva

A advogada Tália Cristina Lopes da Silva Araújo, viúva de Carlos Henrique, afirmou que tem provas de que o marido morreu devido a um tiro na cabeça. “Tem sido horrível. Horrível porque, além dele ter morrido, estão mentindo a causa da morte dele”, afirmou. 

“Como advogada estarei, juntamente com os meus colegas, para fazer justiça pelo meu marido. Acreditamos que ele foi alvejado. Não concordamos com a perícia de forma alguma e temos provas que discordam desse laudo. Ele não foi morto por acidente, foi de tiro”, declarou.

Fonte: G1 Piauí

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