Lula diz que não há muita razão para greve nas federais continuar
Declaração foi dada em evento que governo anunciou investimento de R$ 5,5 bi nas instituições de ensino superior federais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (10) que os dirigentes dos sindicatos da área da educação superior precisam analisar o cenário atual e assim verão que “não há muita razão” para a greve nas universidades federais e institutos federais durar tanto tempo.
“Eu acho que nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando. Porque quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor. Quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros”, afirmou o presidente.
Lula disse que os dirigentes sindicais precisam “ter coragem” para encerrar as greves, contrariando os seus discursos anteriores. A greve nas universidades federais começou em 15 de abril.
Lula participou de uma cerimônia no Palácio do Planalto, junto com ministros de Estado e reitores de universidades federais e institutos federais de educação para anunciar, em meio à pressão imposta pelas greves, investimentos de R$ 5,5 bilhões nas universidades e nos hospitais universitários.
No final da sua fala, o mandatário abordou a questão das greves e indicou que os dirigentes sindicais precisam de firmeza para tomarem as decisões e que muitas vezes os movimentos de greve não podem ser “tudo ou nada”.
“Essa questão da greve. A greve tem um tempo para começar e um tempo para terminar. A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição. A única coisa que não pode acontecer […] porque, se ela terminar, as pessoas ficam desmoralizadas”, afirmou o presidente.
“Então o dirigente sindical ele tem que ter coragem de propor e tem que ter coragem de negociar. Ele tem que ter coragem de tomar decisões que muitas vezes não é o tudo ou nada que ele apregoa”, completou.
O presidente ainda acrescentou que não é possível ficar em greve a vida inteira por “3%, 2% ou 4%”.
Fonte: Folha de S. Paulo