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Suspeito de agredir engenheira em via pública no Piauí tem prisão preventiva decretada

O crime, que ganhou grande repercussão nas redes sociais, ocorreu na cidade de Pedro II.

A justiça decretou nesta terça-feira (18) a prisão preventiva de Valdevan Furtado, suspeito de agredir a engenheira Danielle Barbosa, de 25 anos, sua ex-namorada. O crime, que ganhou grande repercussão nas redes sociais, ocorreu durante a madrugada na cidade de Pedro II, Norte do Piauí. 

Em entrevista, o delegado Júlio Carvalho, titular da Delegacia de Pedro II, explicou que ele foi preso ainda em flagrante após o registro da ocorrência e o atendimento à vítima na unidade. Após a audiência de custódias e oitivas com testemunhas e envolvidos, a unidade representou pela prisão preventiva, que foi acatada pelo poder judiciário.

“O crime aconteceu na madrugada de ontem, a vítima compareceu a delegacia de polícia, nós registramos o boletim de ocorrência, o autor foi preso em flagrante, conduzido até aqui; eu lavrei o auto de prisão em flagrante e demos início às investigações preliminares. Realizamos a oitiva da vítima, das testemunhas, os agentes foram a campo atrás das imagens de circuito fechado e nos diversos locais em que a vítima foi agredida, com o apoio da Guarda Civil Municipal, que nos cedeu as imagens. Ao final, realizamos o interrogatório do autor e encaminhamos os autos ao poder judiciário. Hoje pela manhã, o autor passou por audiência de  custódia, nós representamos pela prisão preventiva dele, o Ministério Público referendou o nosso pedido e o juiz concedeu a prisão preventiva do autor. Ele está preso aqui na delegacia de polícia”, disse. 

Para a reportagem, Júlio Carvalho relatou que Valdevan Furtado alegou que tinha bebido e negou que teria empunhado uma arma, fato que foi comprovado em vídeos. Além disso, ele também negou as agressões e disse que não lembra o que aconteceu. 

“Ele disse que tinha bebido, que não lembrava e que esqueceu dos fatos. Negou que bateu nela, negou que tinha empunhado arma, mas já constatamos essa situação nos vídeos. Ele está aqui na delegacia e ao longo da semana vamos fazer o encaminhamento dele para a unidade prisional. Reafirmo que todas as medidas de atendimento e proteção à vítima foram tomadas pela polícia civil, que reforça o empenho nesse combate à violência doméstica e familiar contra a mulher e os grupos vulneráveis”, completa o delegado. 

Relato da vítima

A vítima relatou que estava em uma festa com o namorado e amigos e que após o evento o grupo seguiu para uma lanchonete da cidade. No local, foi iniciada uma discussão entre o namorado da engenheira e uma amiga dele. Imagens feitas pela engenheira após as agressões mostram escoriações nos joelhos, boca e queixo.  

“Ela pediu para que ele diminuísse o tom de voz. Nisso eles começaram uma pequena discussão. Eu não gostei, peguei as chaves e sai em direção ao carro. Ele começou a jogar a culpa em mim, dizendo que eu ficaria contra ele nessa situação, que eu preferir ficar do lado das meninas e que dentro do relacionamento não cabia fazer isso. Ele veio com um tom mais agressivo e minha amiga acompanhou ele que vinha em direção ao carro. Eles começaram a discutir para que ele saísse de perto de mim. Diante disso ele deu um empurrão nela e ela caiu no chão. Quando ele fez isso, o empurrei para afastar ele dela, mas ele me empurrou e eu também cai no chão”, narra.

Ainda em depoimento, a engenheira disse ter corrido para fugir das agressões, mas foi alcançada. Ele então teria puxado a vítima pelos cabelos com intuito de arrasta-lá. Ela então teria conseguido levantar e foi agarrada pelo braço sendo conduzida até o veículo. 

“Ele pegou meu celular, digitou a senha várias vezes errado e ele ficou bloqueado por cerca de 15 minutos. Nesse tempo não consegui falar com ninguém e ele permaneceu gritando e me agredindo. Quando o celular desbloqueou eu corri, liguei para minha amiga e informei onde eu estava. Ela chegou lá com dois rapazes. No desespero eu subi em uma motocicleta e pedi para que o mototaxista me tirasse dali. Minha boca estava ensanguentada. Quando o rapaz acelera, ele me puxa pela camisa e derruba nós dois da moto”, afirma a engenheira. 

As agressões só tiveram fim quando um conhecido da vítima, que passava de carro pelo local, a levou para o hospital. O agressor então teria entrado nesse veículo e ido até o hospital junto a vítima. Na unidade de saúde, ele alegou que Danielle estava dissimulando a situação e que eles teriam sofrido um acidente. Ela então se escondeu na enfermaria onde foi atendida. 

“Eu entrei em colapso. As enfermeiras precisaram me levantar do chão para que eu tivesse algum tipo de reação. Quando conseguiram tirar ele do hospital eu pedi para que chamassem meus pais. Outra cena que nunca irei esquecer dos meus pais chegando naquele hospital e me vendo em situação totalmente deplorável, minha boca sangrando sem entender o que tinha acontecido”, encerra. 

Fonte: Portal A10+

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