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Nove pessoas são denunciadas por lavar dinheiro para facção

Os nove investigados citados hoje pertencem a um grupo de 34 integrantes da organização criminosa.

A Coluna traz nesta quinta-feira (12) a relação com 9 alvos que atuavam no núcleo de operacionalização do tráfico de drogas e lavagem de dinheiro para uma grande célula do Bonde dos 40, chefiada por Laércio Augusto Oliveira Dias. Os nove investigados citados hoje pertencem a um grupo de 34 integrantes da facção, que foram denunciados à Justiça pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Maranhão, no bojo da Operação Cela 3, deflagrada em 12 de agosto deste ano nas cidades de Teresina-PI, Timon-MA, São Luís-MA, além dos municípios de Cáceres e Cuiabá, no estado do Mato Grosso.

A terceira denúncia do GAECO, que a Coluna traz ao ar nesta quinta, alcança o denominado “Núcleo de operacionalização do tráfico de drogas e lavagem de dinheiro”, formado por Paula Havena de Sena Silva, conhecida por “Ravena”; Nielton Soares de Sousa, conhecido por “Niel”; Raimunda Ferreira de Sousa; Mábio Gomes Câmara Freire; conhecido por “Mikael Do João Paulo”; Neydiane Carla Serra Correa; Adelaide Regina de Castro Saraiva; Robert Pablo Bandeira Silva; Natália Rodrigues da Silva Costa, Ely Eudes Seixas da Silva, conhecido por “Eli”, e Maria Raielly Salim da Silva, todos denunciados por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro para a célula do Bonde dos 40.

Nesse contexto, o GAECO identificou que os investigados integram uma elaborada logística de distribuição das drogas aos pontos de venda de entorpecentes, as chamadas “biqueiras”, o setor de disciplina, a estrutura de fiscalização e a cobrança dos valores arrecadados.

Esse núcleo utiliza-se de meios escusos para camuflar, de diversas formas, a origem ilícita dos valores arrecadados, seja escamoteando-os de forma pulverizada em contas bancárias de interpostas pessoas físicas e jurídicas, seja forjando uma aparência legalizada aos valores arrecadados.

Como funcionava a estrutura de distribuição das drogas

A investigação concatenada pelo GAECO, com a atuação da 1º Departamento de Combate a Corrupção (DECCOR) de Timon, identificou que o núcleo da denúncia era subdividido em três eixos:

O primeiro faz a entrega de drogas e o recebimento do dinheiro nos pontos de venda, para ulterior recolhimento de valores em residências ou em contas bancárias de interpostas pessoas “laranjas”.

O segundo grupo atuava como “vendedor aos usuários” e controlador das “biqueiras”, revendendo a droga em suas regiões de tráfico. São os donos de “biqueiras”.

O terceiro age fornecendo seus nomes, CPFs e contas bancárias para que o líder -Laércio Augusto Oliveira Dias – faça o uso que lhe aprouver. São os denominados “laranjas”, que atuam fortemente lavando capitais decorrentes do comércio de substâncias proscritas.

Entre os denunciados, uma personagem assume papel preponderante na organização criminosa. Trata-se de Paula Havena de Sena Lima, conhecida como Ravena.

As investigações a apontaram como uma importante coordenadora e operadora do comércio de entorpecentes do Bonde dos 40, pessoa de grande confiança e em contato direto contato com Laércio, uma espécie de “faz tudo” para a comercialização dos entorpecentes e armas, bem como na lavagem de capitais.

Ficou comprovada sua participação ativa na entrega de drogas, recolhimento de valores arrecadado nas biqueiras, depósitos para os fornecedores, ocultação de armas de fogo e demais cumprimento de ordens para Laércio Augusto, o líder da organização criminosa.

O GAECO-MA, em conjunto com a Polícia Civil, delinearam as participações dos demais denunciados destacados a seguir:

Nielson Soares: apresenta-se como traficante de drogas e um dos principais controladores de diversas regiões territoriais de atuação criminosa do Bonde dos 40, sob a supervisão de “Laércio”, fato indubitavelmente demonstrado em conversas analisadas sob quebra de sigilo telefônico.

Raimunda Pereira de Sousa: vende a droga repassada por Laércio Augusto Oliveira Dias, bem como atua diretamente na lavagem do dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Ela é mãe do faccionado Mikael Sousa Sampaio (o “Sepultura”) e é citada em várias ocasiões ao longo do relatório de análise dos dados telemáticos do referido líder do Bonde dos 40.

Adelaide Regina de Castro Saraiva: trata-se de traficante do Bonde dos 40, que reside em São Luís/MA e aparece em diversas transcrições do relatório de análise de extração do Gaeco Regional de Timon. Conforme restou apurado das investigações, a conta bancária de Adelaide é frequentemente repassada por “Laércio” (via chave Pix) e utilizada com a finalidade de receber e repassar os valores advindos da traficância.

Natália Rodrigues da Silva Costa: em relação a esta denunciada, descobriu-se que opera dentro da facção com tráfico de drogas e com lavagem de capitais, fazendo-o, inclusive, através da também denunciada Paula Havena de Sena Silva.

Ely Eudes Seixas da Silva e Maria Raielly Salim da Silva: assim como o fez em relação a outros membros da Orcrim, enquanto estava no presídio, Laércio Augusto Oliveira Dias determinou que Ely e Raielly cedesse suas contas bancárias para a movimentação de dinheiro ilegal.

Mábio Gomes Câmara Freire e Neydiane Carla Serra Correa: trata-se de ativo casal de traficantes do Bonde dos 40, que age diretamente na operação do tráfico de drogas do B40, bem assim atua no esquema de lavagem de capitais provenientes deste comércio.

O GAECO pediu, ao final, ante o robusto acervo de evidências e considerando-se que se trata de denunciados comprometidos diuturnamente com múltiplos delitos e com uma organização criminosa violenta, que fosse decretada ou mantida a prisão preventiva para fins de garantia da ordem pública.

Fonte: GP1

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