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Cajus doados a garotos envenenados passam por nova perícia

Os novos exames surgem após a morte de outros familiares com a mesma substância constatada nas vítimas em ambas as situações.

Perito Geral de Polícia Científica do Piauí, Dr. Antônio Nunes, informou em entrevista nesta quinta-feira (09), que os cajus que foram analisados no caso dos irmãos que, em agosto de 2024, morreram envenenados após consumirem as frutas, serão periciados novamente; além das crianças, um gato foi encontrado morto. Os novos exames surgem após a morte de outros familiares com a mesma substância constatada nas vítimas em ambas as situações, que é o Terbufos.

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Antônio Nunes classifica a nova perícia como fundamental para haver uma certeza do que houve no crime anterior.  As duas crianças, segundo a polícia, comeram cajus envenenados pela vizinha, Lucélia Maria da Conceição Silva, 52 anos. O caso ocorreu em 23 de agosto na cidade de Parnaíba, litoral do Piauí. Ela segue presa desde então.

“Exatamente igual, o Terbufos. Mesmo veneno (em ambos os casos). Nós temos a prova técnica dos corpos. Os corpos tinham o Terbufos.  Esse veneno está detectado nos corpos das crianças. Então, só saber que eles foram envenenados. Segundo consta do inquérito, e aí deixo claro que isso não é da polícia científica- eu estou dizendo aqui o que consta lá- seriam testemunhos que ela tinha o costume de envenenar gatos antes, teria um histórico, supostamente. E testemunhas teriam visto ela entregando esses cajus para as crianças”, disse. 

Questionado sobre o motivo dos exames não terem sido realizados na época das mortes dos dois irmãos, Antônio Nunes argumentou que o estado do Piauí ainda não contava com um laboratório de toxicologia forense.

“Ele começou a ser montado e tudo terminou de ser montado, tudo que tinha que estar lá, de equipamento, há quatro meses. A partir daí, você vai calibrar os aparelhos, tem treinamento mesmo, vem a equipe de fora para treinar, porque não basta você saber. Dois meses, dois meses e meio a gente começou a receber os reagentes e outros materiais. Os que foram chegando a gente começou a fazer os exames de acordo com aqueles que tinham chegado. E o que possibilita fazer este exame dos cajus chegou a mais ou menos uma semana”, relatou.  

O perito não descartou uma exumação dos corpos, mas irá estudar o caso anterior para saber da necessidade. No entanto, garante que os resultados sairão brevemente. “Devo passar esse final de semana estudando o caso para verificar se compensa, se tem condições de se fazer alguma coisa depois de exumar. Não pode só exumar por exumar, tem que haver um objetivo. Tenho que verificar essa droga terbufos, do tempo em que o cadáver está enterrado, se tem condições de detectar algo. Se tiver, não exumaremos. Se tiver, exumaremos. Até agora, tivemos em todos que foram examinados foi encontrado o terbufos”, pontuou o médico.

Fonte: GP1

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