Primeira HQ urbana capital inova rua do centro de Teresina
Trecho movimentado da Rua Arlindo Nogueira conta uma história em quadrinhos, com uso da tecnologia de realidade aumentada.
Você que passa diariamente pelo Centro de Teresina já deve ter percebido que o cenário é bem parecido: lojas, clínicas, estacionamentos e prédios públicos. Só que a arte urbana, aos poucos, vai mudando essa mesmice. É o caso da obra “Porque não?” do artista Cardoso Not, que inova na arte urbana piauiense ao utilizar uma história em quadrinho (HQ) em escala urbana.
A peça criada por ele, de 192 m², foi finalizada no final de abril e se localiza na rua Arlindo Nogueira, na sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PI), fazendo parte das intervenções do Circuito Urbano de Intervenções Artísticas – CUIA.
“Durante o projeto, nós estamos trabalhando com a execução de vários murais no centro da cidade. Como o Cardoso é quadrinista, nós propomos fazer um quadrinho em larga escala urbana, que é pouco utilizado no Brasil. Já que é um muro extenso e tem a possibilidade de contar uma história, misturando literatura e linguagem de rua, porque não fazer um quadrinho?” explica Ronny da Cruz, produtor geral do CUIA.
Em seu quadrinho, o artista conta a sua própria história de vida, onde ele, sendo um jovem de periferia, conseguiu vencer na vida. “No CUIA a gente trabalha com a história do entorno. Aqui nesse quadrinho é uma história de superação do próprio Cardoso, um menino de periferia que luta e consegue vencer. Isso é bem simbólico e nos estimula a pensar no tema”, disse o produtor.
Segundo Ronny da Cruz, a escolha do local onde o quadrinho foi desenvolvido levou em consideração o fato de que é um ponto bastante movimentado. “Nós utilizamos a arte de rua para enriquecer a paisagem urbana e estimular que as pessoas reduzam a velocidade, tanto quando estão em veículos, como quando estão andando. Aqui também passam muitos ônibus, então o artista levou isso em consideração. Durante o esboço, ele pensou nas dimensões em que a arte seria observada”, afirma.
Ainda de acordo com Ronny da Cruz, o CUIA não se trata de intervenções à toa e cada trabalho é desenvolvido por um artista e temática diferente. “Nessa primeira temporada privilegiamos o muralismo e o grafite, mas estas intervenções poderão se estender a esculturas, e até a equipamentos urbanos de uso coletivo, as possibilidades são ilimitadas nessa ação cultural”, destaca.
A ideia do projeto é redesenhar o espaço visual urbano e ousar neste sentido, interferindo profundamente no cenário da cidade de Teresina. “Além da paleta de cores que os artistas utilizam e que chama bastante atenção, também utilizaremos um filtro de realidade aumentada no instagram, o que vai permitir que as pessoas apontem a tela do celular e tenham contato com a realidade aumentada, que é uma tecnologia que permite sobrepor elementos virtuais à nossa visão da realidade”, pontua o produtor.
Atualmente, o CUIA conta com diversos artistas parceiros que vem deixando diversos pontos da capital cada vez mais coloridos.
Fonte: odiateresina