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Trânsito: Teresina tem apenas 64 km de ciclovias

Ciclistas enfrentam perigos nas ruas da capital por falta de infraestrutura.

O ir e vir dos teresinenses que utilizam a bicicleta como principal meio de locomoção é, diariamente, um desafio. Apenas 64 km de ciclovias e ciclofaixas estão disponíveis à população da capital. Além de não serem suficientes, elas apresentam diversos problemas que podem colocar a vida de muitos em perigo.

O estudante universitário, Lucas Figueredo, mora no bairro São Pedro, zona Sul, e usa, normalmente, a bicicleta para percorrer a cidade. Ele conta que sente medo em se locomover com o transporte, e isso é devido à falta de infraestrutura dessas vias especiais.

“As ciclovias que a gente tem aqui são muito ruins. A gente tem essa ciclovia aqui (localizada na av. Raul Lopes, zona Leste), que é mais para lazer. Ela não tem, realmente, um sentido de transporte”, analisou Lucas Figueredo.

O estudante precisa pegar a ciclovia situada em uma das mais movimentadas avenidas de Teresina, a Miguel Rosa. No entanto, apesar de ser uma das maiores na cidade, ela apresenta alguns obstáculos que complicam a sua utilização, além de gerar prejuízos.

“A gente tem uma ciclovia muito extensa, mas com árvores no meio, com pedestres andando no meio e com cacos de vidro na ciclovia. Semana passada, eu furei o meu pneu duas vezes por causa dos cacos de vidros naquela ciclovia. São mal planejadas também, mal pensadas. Não são pensadas para os ciclistas, são só colocadas”, declarou.

Assim como Lucas, o engenheiro de software Anderson Conrado também tem a bicicleta como meio de transporte frequente, especialmente quando é para visitar a sua namorada. Ele mora na Santa Maria da Codipi, zona Norte de Teresina, e ela no Dirceu Arcoverde (Sudeste). São mais de 16 km para chegar até a casa da namorada, correndo riscos de acidente.

“Agora, em Teresina, aumentou esse movimento de carros. Então, é uma disputa maior entre os ciclistas e os veículos, as motos. Muitas das vias não são interligadas. Não tem uma ligação com os centros urbanos ou bairros”, disse.

Todo esse trajeto de Anderson também gera uma grande preocupação na assistente jurídica e namorada dele, Bárbara Matos. “Eu fico toda hora: ‘e aí, está bem?’. Porque a gente nunca sabe. Pode acontecer alguma coisa, e a gente fica com esse receio porque não tem a segurança do ciclista no trânsito”, relatou.

“Carece muito da ciclovia. Carece muito de ter espaço próprio para o ciclista transitar de um lugar para o outro ou do próprio lugar de lazer”, completou Bárbara, sobre os problemas que vem observando.

Plano de Mobilidade

Na tentativa de oportunizar um acesso de qualidade aos ciclistas, a arquiteta e urbanista Constance Jacob elaborou, há mais de 10 anos, um Plano de Mobilidade prevendo a construção de 300 km de vias exclusivas para ciclistas na capital. No entanto, esse projeto se encontra engavetado esperando apenas que o poder público tome providências quanto a esses problemas.

“Não é caro. Tem recursos do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), tem recursos do Banco Mundial, várias fontes de fomento, inclusive, especificamente, para esse fim. Ciclovia e ciclofaixa, ela passa por um período grande de estudo para saber quais são os principais trajetos. Quem anda de bicicleta não pode fazer o mesmo de quem anda de carro”, pontuou a arquiteta.

Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito

A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou a existência de projetos para poder efetuar o que está no Plano de Mobilidade e, assim, melhorar e estender as ciclovias e ciclofaixas. Além disso, a Prefeitura de Teresina (PMT) está buscando recursos para a implantação dessas obras na cidade. O órgão, entretanto, não informou o prazo para que esses projetos sejam colocados em prática, garantindo a melhoria do transporte para os ciclistas em Teresina.

Fonte: Portalclubenews.com

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