Política

PT vota a favor do projeto criticado por Wellington Dias

A legenda petista tem protagonizado discussões em torno da redução do ICMS.

Os deputados federais piauienses do Partido dos Trabalhadores presentes à sessão de votação do projeto de lei complementar (PLP 18/22) que limita o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o preço dos combustíveis votaram sim. Dos três parlamentares do Piauí, dois foram a favor e um esteve ausente. O posicionamento dos parlamentares chamou atenção, já que a matéria foi amplamente criticada pelo ex-governador Wellington Dias, também do PT, e por outros governadores do Consórcio Nordeste.

Os deputados Flávio Nogueira e Rejane Dias votaram ‘sim’ para a proposta, que foi apreciada no plenário da Câmara dos Deputados nessa quarta-feira (25). Já o deputado Merlong Solano foi ausência na votação.

Em todo o Brasil, nenhum membro da legenda se posicionou contrário. O resultado final da votação por partido contabilizou apenas a abstenção do deputado Joseildo Ramos, do PT da Bahia.

Ao ClubeNews, nesta quinta-feira (26), Merlong Solano justificou a ausência no plenário durante a apreciação do relatório final. De acordo com ele, o PT adotou nova posição por entender que a população não compreenderia as reais lutas da legenda.

“Na hora de votar, o meu partido entendeu que não poderia passar para a sociedade a imagem de que é contra a redução de imposto. Porque nós somos a favor da redução de impostos, só que no âmbito de uma reforma tributária que reduza os impostos sob consumo e aumente os impostos sobre as grandes fortunas e patrimônios. Então, eu decidi não seguir a orientação do meu partido”, explicou sobre sua ausência.

O portal ClubeNews tentou contato com os outros dois deputados para esclarecer o posicionamento durante a votação, mas até o fechamento desta reportagem não foram localizados para comentar o assunto.

De quem é a culpa?

A legenda petista tem protagonizado discussões em torno da redução do ICMS sobre os combustíveis. Líderes partidários argumentam que reduzir o imposto não garantiria a redução no preço dos combustíveis. A cúpula do PT entende que a oscilação do preço do petróleo no mercado internacional é o principal agente responsável pelo aumento em todo o país.

Na última semana, o ex-governador Wellington Dias (PT-PI) voltou a se pronunciar sobre a alta no preço dos combustíveis. O petista garantiu que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), é o principal responsável.

“A responsabilidade pelo aumento dos preços dos combustíveis tem nome, tem endereço, é o Palácio do Planalto e o presidente Jair Bolsonaro. É ele que tem poder sobre a Petrobras. É ele que tem poder para regulamentar, como outros presidentes da república fizeram, o presidente Fernando Henrique, o presidente Lula, a presidenta Dilma”, destacou.

Ex-governador Wellington Dias e deputada federal Rejane Dias. (Foto: Reprodução)

Dança das cadeiras

Para reverter o prejuízo, o presidente Jair Bolsonaro trocou novamente o comando da Petrobras. Após 40 dias no cargo, José Mauro Ferreira Coelho foi substituído por Caio Mário Paes de Andrade na presidência da estatal.

À época, o Ministério de Minas e Energia se manifestou sobre o assunto por meio de nota. Segundo o ministério, fatores geopolíticos impactaram no preço da gasolina, do diesel e dos componentes energéticos e, para que sejam mantidas as condições necessárias para fazer a roda da economia girar, é necessário fortalecer a capacidade de investimento no setor privado.

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