Felipe Menezes precisou fazer portabilidade do plano de saúde para encaixar no orçamento deste ano, segundo ele a mudança para um plano de saúde “mais em conta”, foi a alternativa para não perder a assistência.
“Troquei o plano com cobertura de internação em apartamento para internação em enfermaria e também fiz a co-participação em consultas e exames. Isso diminuiu bastante o valor fixo mensal”, explicou.
Ele faz parte de quase metade da população brasileira que teve que ajustar o orçamento para não ficar sem plano de saúde. De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab), 47% dos entrevistados adotaram alternativas para não perder o plano de saúde.
O levantamento, que ouviu mais de mil pessoas em todo o país, revela ainda que 83% das pessoas têm medo de perder o plano. A pesquisa foi feita no último mês de abril com 1.012 pessoas, de 16 anos ou mais, responsáveis pelas principais decisões do domicílio. As entrevistas foram realizadas por telefone.
“O medo de perder o acesso [ao plano de saúde] pode ser motivado pelo aumento das taxas de desemprego ao longo da pandemia de covid-19”, destacou o presidente da Anab e idealizador do estudo, Alessandro Acayaba de Toledo.
De acordo com ele, a portabilidade é uma das saídas para quem precisa reduzir o custo com o plano de saúde, mas sem perdê-lo. “É direito do beneficiário. O interesse pela portabilidade aumentou 12,5% de acordo com a ANS [Agência Nacional de Saúde]. Em alguns casos, foi possível reduzir em 40% os custos com a saúde”, ressaltou Toledo.
Segundo o levantamento, entre os que não têm plano de saúde, 83% consideraram que ele é necessário. Dos entrevistados que são usuários exclusivos do Sistema Único de Saúde (SUS), 68% precisaram de algum tipo de atendimento médico em 2021, mas relataram dificuldade no acesso.
Para 88% das pessoas ouvidas, a necessidade de assistência médica permaneceu a mesma ou aumentou durante a pandemia. A pesquisa mostrou ainda que um em cada quatro pessoas disse que precisou buscar mais ajuda médica após o início da pandemia de covid-19.
Fonte: clubenews.com