O Instituto Evandro Chagas confirmou a Fundação Municipal de Saúde mais um caso da febre do Nilo Ocidental em Teresina. Esse é o 10º caso registrado na capital, desde 2013.
O caso foi confirmado em uma criança com meningoencefalite grave, que mora na zona rural da capital e que foi internada no Hospital Infantil Lucídio Portela, em outubro de 2021.
“Após vários dias hospitalizada, a criança recebeu alta com melhora parcial e segue em acompanhamento ambulatorial. O material genético do vírus foi detectado no líquido cefalorraquidiano da criança por meio da técnica RT-PCR, realizada no Instituto Evandro Chagas – laboratório de referência do Ministério da Saúde”, informou Lina Vera, Diretora de Vigilância em Saúde, em nota informativa divulgada sobre o caso.
Segundo a diretora, o caso foi investigado pelo Programa de Vigilância das Doenças Neuroinvasivas por Arbovírus, onde o material coletado passou pelos exames de herpes vírus, enterovírus e vários arbovírus (vírus transmitidos por mosquitos) – incluindo dengue, Zika, Chikungunya, e agora chegou o resultado confirmando que se trata do vírus da febre do Nilo.
“A Gerência de Zoonoses do município de Teresina procedeu a captura de mosquitos no domicílio e no peridomicílio da criança adoecida, para a devida identificação das espécies envolvidas e tentativa de detecção e isolamento viral”, explicou.
Segundo a diretora, este é o 10º caso humano de febre do Nilo Ocidental confirmado na cidade de Teresina, desde que foi iniciado o Programa de Vigilância das Doenças Neuroinvasivas por Arbovírus, no ano de 2013.
Dos outros 9 casos confirmados, oito foram de pessoas que moravam em outros municípios e somente um era de Teresina. A diretora afirmou que a rede hospitalar está capacitada e habilitada para proceder a investigação epidemiológica dos casos.
“No primeiro semestre de 2022, 78 casos de síndrome neuroinvasiva foram investigados, dentre os quais 35 estiveram associados à infecção por pelo menos um arbovírus, dentre eles: dengue, Zika, chikungunya e Oropouche. Estes dados reforçam que, além das síndromes hemorrágicas causadas pela dengue e do comprometimento articular grave causado pela chikungunya, os vírus transmitidos por mosquitos podem comprometer gravemente o sistema nervoso dos pacientes. No primeiro semestre de 2022, 78 casos de síndrome neuroinvasiva foram investigados, dentre os quais 35 estiveram associados à infecção por pelo menos um arbovírus, dentre eles: dengue, Zika, chikungunya e Oropouche. Estes dados reforçam que, além das síndromes hemorrágicas causadas pela dengue e do comprometimento articular grave causado pela chikungunya, os vírus transmitidos por mosquitos podem comprometer gravemente o sistema nervoso dos pacientes. Portanto, é fundamental reforçar as medidas de proteção”, destacou.
A doença
De acordo com a Fiocruz, a Febre do Oeste do Nilo, ou Febre do Nilo Oeste (FNO), é uma infecção viral aguda causada por um complexo de vírus do Gênero Flavivirus com potencial para acometer o sistema nervoso central (SNC) ou periférico. Assim como Dengue, Zika e Chikungunya, a FNO é uma arbovirose transmitida por mosquitos.
Ele está envolvido em um ciclo de transmissão preferencialmente silvestre, sendo transmitido a alguns animais por meio da picada de mosquitos infectados durante a alimentação sanguínea desses insetos. Acidentalmente, outros animais e seres humanos que estejam nessas áreas podem ser infectados, chegando a desenvolver quadros graves, com risco de morte.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% das pessoas infectadas não apresentam sintomas. Entre os casos sintomáticos, a febre do Nilo Ocidental geralmente se manifesta de forma leve, com febre, dor de cabeça, cansaço e vômito. As formas graves da doença, como meningite e encefalite, atingem um em cada 150 infectados. Os sintomas podem ir de febre alta e rigidez da nuca a convulsões, coma e paralisia.
Nota divulgada:
Em 08/08/2022, a Diretoria de Vigilância em Saúde da FMS recebeu resultado de exame confirmatório de um caso de febre do Nilo Ocidental em Teresina. Trata-se de caso de meningoencefalite grave em uma criança residente na zona rural da capital e que foi internada no Hospital Infantil Lucídio Portela, em outubro / 2021. Após vários dias hospitalizada, a criança recebeu alta com melhora parcial e segue em acompanhamento ambulatorial. O material genético do vírus foi detectado no líquido cefalorraquidiano da criança por meio da técnica RT-PCR, realizada no Instituto Evandro Chagas – laboratório de referência do Ministério da
Saúde.
À época, o caso da criança foi notificado e investigado por meio do Programa de Vigilância das Doenças Neuroinvasivas por Arbovírus, através do qual são realizados exames para herpes vírus, enterovírus e vários arbovírus (vírus transmitidos por mosquitos) – incluindo dengue, Zika, chikungunya e febre do Nilo Ocidental. A Gerência de Zoonoses do município de Teresina procedeu a captura de mosquitos no domicílio e no peridomicílio da criança adoecida, para a devida identificação das espécies envolvidas e tentativa de detecção e isolamento viral.
Este é o 10º caso humano de febre do Nilo Ocidental diagnosticado por meio deste programa em Teresina – iniciado em 2013. Até então, nove outros casos já haviam sido diagnosticados na capital: oito residentes em outros municípios piauienses e somente um em Teresina (ANEXO). Toda a rede hospitalar (pública e privada) da capital está capacitada e habilitada para proceder a investigação epidemiológica de casos de meningite, encefalite, mielite e polirradiculoneurite (síndrome de Guillain-Barré) de causa desconhecida. No primeiro semestre de 2022, 78 casos de síndrome neuroinvasiva foram investigados, dentre os quais 35 estiveram associados à infecção por pelo menos um arbovírus, dentre eles: dengue, Zika, chikungunya e Oropouche. Estes dados reforçam que, além das síndromes hemorrágicas causadas pela dengue e do comprometimento articular grave causado pela chikungunya, os vírus transmitidos por mosquitos podem comprometer gravemente o sistema nervoso dos pacientes.
Portanto, é fundamental reforçar as medidas de proteção, evitando-se os focos de bcriadouros de mosquitos nos domicílios e, nos casos dos indivíduos mais vulneráveis, evitando-se a exposição aos mosquitos nos horários em que eles têm maior atividade (início da manhã e final da tarde / início da noite), utilizando-se vestimentas adequadas nas atividades ao ar livre e utilizando-se repelentes de forma adequada
Lina Vera de Oliveira Aragão
Diretora de Vigilância em Saúde (substituta) – FMS