Cerca de 18% dos brasileiros não conseguem pagar comida
Cresce o número de inadimplentes por não honrar contas básicas como alimentação.
Nos seis primeiros meses de 2022, 18% dos brasileiros tiveram o nome negativado por estar inadimplentes com contas básicas como as de alimentação. Entre janeiro e junho deste ano, o número de pessoas que entrou para a lista de devedores por não conseguir quitar dívidas com comida foi o maior em cinco anos. O alerta é da empresa de análise de crédito Boa Vista.
“Instituições financeiras nos relatam que o pessoal está pegando dinheiro (crédito) para pagar contas do mercado, do dia a dia”, revela o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
De acordo com a pesquisa, dívidas com educação, saúde, impostos, taxas e lazer, ainda têm sido apontadas como as despesas que têm levado a maioria dos consumidores (23%) à inadimplência. No entanto, segundo a Boa Vista, desde o segundo semestre do ano passado, a parcela dos inadimplentes que não conseguiram honrar o pagamento de alimentos chama atenção.
Entre as explicações para este cenário de endividamento e de atraso no pagamento de contas básicas, está a inflação do grupo de alimentos que acumula alta de 14,72% no acumulado de 12 meses até julho, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do grupo de alimentação para o período supera a variação do indicador como um todo, que foi de 10,07%.
Redução na renda
A pesquisa mostrou ainda que o principal motivo para a inadimplência continua sendo o desemprego, citado por 28% dos entrevistados. Em segundo lugar está a diminuição da renda, com 24%. De acordo com os dados da Boa Vista, a parcela de inadimplentes que apontou este motivo para o não pagamento de contas subiu 3 pontos porcentuais.
Também chama atenção no estudo o fato das pessoas se considerarem mais endividadas na comparação entre o primeiro semestre deste ano com o segundo semestre do ano passado. A parcela de consumidores que se considera muito endividada subiu de 32% para 37%, a maior marca desde 2019, quando esse resultado atingiu 39%.
Fonte: clubenews.com