Deputados que votaram contra a PEC do Fundeb falam da operação
“O Congresso será cúmplice de fraudes, ineficiência, corrupção e do resultado pífio do ensino brasileiro daqui por diante.”
A Polícia Federal deflagrou operação que tem como alvo a deputada Rejane Dias, mulher do governador do Piauí, Wellington Dias, ambos do PT.
Segundo as investigações, em 2015 e 2016, agentes públicos da Secretaria de Educação, comandada por Rejane, se associaram a empresários do setor de locação de veículos para o desvio de, no mínimo, R$ 50 milhões do Fundeb e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate).
Deputados que votaram contra a PEC do Fundeb, na semana passada, comentaram a operação de hoje.
O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL) disse que, ao aprovar a PEC — o Senado deverá analisá-la no início de agosto –, “o Congresso será cúmplice”.
“O Congresso será cúmplice de fraudes, ineficiência, corrupção e do resultado pífio do ensino brasileiro daqui por diante.”
Ele justificou seu posicionamento criticando, principalmente, o fato de as mudanças propostas serem “travadas” na Constituição por meio de uma PEC.
“O que o Parlamento está fazendo é, ao invés de permitir ajustes e reformas no modelo ao longo do tempo, cometer a irresponsabilidade de travar na Constituição um sistema notório por sua péssima governança e suscetibilidade a fraudes.”
O deputado Junio Amaral (PSL), que também votou contra a PEC, concorda com o colega de bancada. Ele afirmou ao site:
“O próprio TCU já apontou a fragilidade de governança desses fundos, isso é muito notório. Constitucionalizar um modelo que tem essa fragilidade de governança é permitir a corrupção com uma maior facilidade. Foi um erro a Câmara ter aprovado a PEC do Fundeb.”