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Estudante produz hidrogênio em garrafa improvisada

João Marcelo Carvalho da Silva é aluno do Instituto Federal do Piauí (IFPI), em Cocal. Nesta quarta-feira (12), o g1 conversou com o adolescente sobre a produção.

O estudante do Instituto Federal do Piauí (IFPI) João Marcelo Carvalho da Silva desenvolveu, aos 16 anos, um reator de hidrogênio. A produção foi feita com uma garrafa improvisada, em sua própria casa, em Cocal , 268 km ao Norte de Teresina, no dia 16 de setembro.

Ao g1, o aluno do 1º ano do ensino médio descreveu o passo a passo da criação. O método usado por ele é denominado eletrólise, que consiste na quebra da molécula da água por uma corrente elétrica, fornecida por um gerador, e separação dos gases hidrogênio e oxigênio.

Foto: Reprodução

Entre os materiais utilizados por ele estão uma garrafa de vidro pequena, uma rolha de cortiça, uma bateria de cinco volts, uma porção de bicarbonato de sódio e dois eletrodos de arame galvanizado.

“Primeiro fiz três furos na rolha de cortiça, dois deles para colocar os eletrodos, e um com o diâmetro maior para saída de gás. Coloquei os eletrodos com cola nos dois furos para vedar e, no furo maior, um pequeno tubo”, relembrou João Marcelo.

“Misturei bicarbonato de sódio e água, coloquei a mistura e a rolha com os eletrodos [na garrafa]. Liguei os dois polos da bateria nos eletrodos e observei a liberação de hidrogênio no eletrodo negativo. Não esperava que funcionasse na primeira vez, fiquei bastante alegre”, completou.

Para o professor de química do estudante, Maicon Oliveira Miranda, o feito é importante, principalmente, ao considerar que o hidrogênio é um gás que pode ser usado como combustível.

“Além de difícil, estamos falando de um aluno de ensino médio, é um gás que servirá como combustível para o futuro, estamos falando de uma tecnologia limpa, de uma alternativa ecológica que pode ajudar a economia dos países”, comentou com orgulho.

Vale destacar que o hidrogênio, embora seja utilizado como combustível em algumas situações, é um gás considerado perigoso por ser altamente inflamável. Transportá-lo e armazená-lo com segurança é um desafio.

Interesse surgiu durante pandemia de Covid-19

O fascínio de João Marcelo pela ciência se intensificou ao final de 2021, quando ele ainda estava no 9º ano do ensino fundamental.

“Durante a pandemia, fazendo algumas pesquisas na área da ciência, descobri sobre a eletrólise e a célula de hidrogênio. Acabei gostando bastante desse assunto. Já esse ano, fazendo novas pesquisas, falei com o professor Maicon sobre minha ideia, ele aprovou e, pouco tempo depois da conversa, consegui fazer uma célula em casa”, contou.

Após a produção, o estudante garante que tem intensificado os estudos na área. Este ano, ele fará o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela primeira vez, como treineiro. O intuito é obter experiência e desenvolver estratégias para as próximas edições da avaliação. Ele ainda não decidiu que curso irá tentar no Enem quando chegar ao 3º ano.

“Tenho estudado, porém não tanto por ser a primeira vez que vou fazer. Quero fazer os três anos seguidos. Pretendo fazer o máximo de questões que conseguir, uma boa redação e tirar uma boa nota”, concluiu.

Fonte: g1piauí

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