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Caso Janaína Bezerra: estudantes da UFPI fazem 3º dia de protesto

Estudante de jornalismo foi estuprada e morta após calourada que acontecia dentro da instituição.

Pelo terceiro dia seguido, estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) voltaram a cobrir medidas de segurança e justiça por Janaína Bezerra, aluna de 22 anos que foi estuprada e morta após calourada no último sábado (28) dentro do campus em Teresina. O principal suspeito de cometer o crime, Thiago Barbosa [mestrando em Matemática], segue preso.

Durante ato, estudantes usaram cartazes com pedidos de justiça e “Janaína, presente”, uma expressão que é usada para homenagear vítimas de violência. Eles fecharam uma pista da Avenida Nossa Senhora de Fátima. Na terça (31), alunos elaboraram uma série de propostas para a instituição de ensino e entregaram um documento contendo mais de 20 reivindicações elaboradas após Assembleia Geral.

Em entrevista à TV Antena 10, a estudante Elica Aguiar explicou o que motivou a exigência de segurança não armada e outros pontos do documento entregue para a reitoria. Na ocasião, a aluna denunciou o descaso dentro da reitoria que, segundo ela, quando os alunos chegaram para ocupar o prédio, nenhum funcionário que compõem o quadro de reitores estava no local.

“A gente não quer só homenagear a Janaína, queremos que o que aconteceu com ela não aconteça mais em lugar nenhum. A gente fez uma ocupação na reitoria para exigir que um novo protocolo de segurança seja feito. É importante também colocar que nessa ocupação da reitoria a gente encontrou um estado de reitoria sem ninguém para falar pela reitoria, só tinha seguranças e secretários. O reitor não estava, passamos o dia lá e nenhum deles veio, somente a professora que estava assumindo a reitoria”, explicou.

Além do memorial para Janaína na UFPI, os alunos também pedem mais policiamento e maior iluminação nas dependências da instituição. Elica também explicou o ponto em que o policiamento deve ser feito por seguranças desarmados.

“Esse ponto é porque hoje a universidade contrata uma segurança armada terceirizada, mas nós como movimento estudantil temos um entendimento que arma não inibe a violência, o crime, tanto que esse acontecimento ocorreu dentro da universidade. A gente também propôs que todo o policiamento passe por um curso, porque além de que arma não se resolve essa questão, também existem diversos tipos de crimes cometidos pela própria segurança, de preconceito, homofobia”, explicou.

Por fim, a estudante fez um apelo para que a instituição garanta a segurança dos alunos para que tragédias como a que ocorreu com Janaína não se repitam.

“Nós precisamos estar seguros, onde a gente trabalha, onde a gente estuda. Quantas mulheres ainda vão precisar morrer? Quantas pessoas ainda vão precisar acabar com os seus sonhos da forma como essa  jovem acabou, acabaram, né. Melhor dizer não acabaram com os seus sonhos. Então, a gente precisa se mobilizar, estamos aqui hoje pra dar, porque essa luta é nossa, é da instituição, nós queremos paz, nós queremos justiça acima de tudo”, finalizou.

Fonte: A10+

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