Rodrigo Pacheco é reeleito presidente do Senado
Rodrigo Pacheco concorreu à reeleição com apoio de Lula e enfrentou Rogério Marinho, aliado de Bolsonaro. Ele comandará o Senado até 2025.
Por 49 votos a 32, Rodrigo Pacheco foi reeleito presidente do Senado, em votação secreta, na noite desta quarta-feira (1º). O resultado foi definido em primeiro turno e ele comandará a Casa pelos próximos anos.
Após o resultado, Pacheco fez um discurso em que lembrou os atos golpistas contra as sedes dos três Poderes, em Brasília, e afirmou que a “polarização tóxica precisa ser erradicada” no país.
“Pacificação não significa se calar diante de atos golpistas. Pacificação é buscar cooperação. Pacificação é lutar pela verdade. Pacificação é abandonar o discurso de nós contra eles e entender que o Brasil é imenso e diverso, mas é um só. O Brasil é um só”, afirmou o presidente do Senado e do Congresso.
“A polarização tóxica precisa ser erradicada de nosso país. Acontecimentos como os ocorridos neste Congresso Nacional e na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 não podem e não vão se repetir”, disse.
Ao concluir sua fala depois da eleição, o senador disse:
“A democracia está de pé pelo trabalho de quem se dispôs ao diálogo e não ao confronto. E continuaremos de pé, defendendo e honrando nossa nação”.
O senador do PSD concorreu à reeleição com apoio de Lula e enfrentou Rogério Marinho, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2021, Pacheco recebeu mais votos favoráveis, 57. O número mínimo de votos é 41.
A candidatura do mineiro contou com o apoio de seis partidos: PSD (15), MDB (10), PT (9), PSB (4), PDT (3) e Rede (1). No primeiro mandato, Pacheco também foi apoiado pelo Planalto, mas, na ocasião, Jair Bolsonaro (PL) era o presidente.
Discursos dos candidatos
Em seu discurso, Rodrigo Pacheco afirmou que o Senado não foi “negacionista” e aprovou medidas para viabilizar a vacinação da população contra Covid durante a pandemia.
Ele defendeu responsabilidade fiscal. Disse que serão desafios da nova gestão a aprovação de um arcabouço fiscal, em substituição ao teto de gastos, e da reforma tributária.
Para o presidente do Senado, deve haver uma “independência devida” em relação ao Poder Executivo e um parlamento submisso ao Planalto é um “Senado covarde”. “Vamos legislar para se colocar limites aos poderes. Se há um problema em relação às decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal (STF), legislemos quanto a isso. Vamos dar as mãos para que o país pacifique”, declarou.
Marinho defendeu a democracia no discurso, mas, munido de uma fala bolsonarista, classificou que o Senado adotou postura “omissa” diante de decisões da Justiça.
Ele defendeu a alternância de poder como forma de “oxigenar a democracia” e questionou se a Presidência da Casa ficará “por dez anos” apenas com dois senadores. Marinho se referiu a Pacheco e seu antecessor, Davi Alcolumbre (União-AP).
O candidato do PL conseguiu manifestações públicas de apoio de senadores de partidos que, em tese, formaram aliança com presidente do Senado. Um dos motivos é a insatisfação em relação à distribuição dos cargos da Mesa Diretora e das comissões, feita por Alcolumbre, grande articulador da gestão Pacheco.
Por conta disso, Marinho chegou a prometer um “revezamento” no comando das comissões.
Trajetória
- Rodrigo Pacheco tem 46 anos e nasceu em Porto Velho (RO), mas se mudou na infância para Minas Gerais, onde se formou em direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-MG).
- É advogado criminalista e fez parte da defesa de um ex-diretor do Banco Rural no julgamento do mensalão. Também ocupou cargos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
- Em 2014, foi eleito deputado federal pelo MDB. Na Câmara, votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff; presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e esteve à frente do colegiado durante a análise de denúncias contra o ex-presidente Michel Temer (MDB);
- Está no primeiro mandato como senador. Foi eleito presidente do Senado em 2021, com apoio de Davi Alcolumbre (União-AP), que o antecedeu no cargo;
- Nas eleições de 2018, Rodrigo Pacheco declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 22,8 milhões em bens.
Fonte: Meio Norte