Zoobotânico poderá ser responsabilizado pela morte de onça
Administradores, envolvidos na captura e veterinária foram ouvidos.
A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPCMA) abriu inquérito para apurar o caso da onça suçuarana que morreu após ser capturada no último sábado (04) em Teresina. Se comprovada que a morte do animal foi causada por alguma negligência pela equipe durante o resgate, o Bioparque Zoobotânico poderá ser responsabilizado. O animal conseguiu fugir do recinto na madrugada de sexta-feira (03).
Ao A10+ o delegado Willame Moraes, da DPCMA, informou que uma equipe se deslocou ao Hospital Universitário da UFPI na mesma noite em que o animal foi levado para a realização do laudo sobre a causa da morte. Algumas pessoas que participaram da captura e os administradores do parque também prestaram depoimentos.
“No domingo mesmo pela manhã uma perita nossa que é veterinária fez o exame pericial na onça lá no hospital veterinário e hoje nós já pegamos depoimentos de um dos administradores do parque, peguei um depoimento da bióloga que participou da captura e amanhã está marcado mais depoimentos. A delegacia vai investigar o que é crime e a Secretaria do Meio Ambiente deve abrir um procedimento administrativo”, contou.
A investigação tem como objetivo esclarecer a captura do animal. Segundo o delegado, somente após o laudo é que vão poder dar esclarecimentos se a morte do animal foi intencional ou não, se comprovado os responsáveis devem responder criminalmente, se não houver dolo não se configura como crime.
“A delegacia só vai investigar aquilo que é crime. O não é crime, a Secretaria do Meio Ambiente deve abrir um procedimento administrativo. Então se for comprovado em negligência, imprudência e imperícia por parte do pessoal que trabalha no Zoobotânico eles vão responder administrativamente. Se for crime doloso, ou seja, não teve intenção de matar, não há crime a ser apurado”, finalizou o delegado ao A10+.
O que diz o Bioparque?
A direção do parque informou que a onça, identificada como Menino, foi resgatada com vida pela Polícia Ambiental e da equipe do Bioparque, composta por veterinários, biólogos e tratadores, mas que um tempo depois, já no recinto, foi a óbito.
A assessoria jurídica do Bioparque explicou ainda que em casos como esse o protocolo é de abate do animal, mas que a intenção era resgatá-lo com vida, objetivo que foi atingido, e que apenas a necropsia vai precisar a causa da morte. Na manhã deste domingo (05) o parque foi reaberto para visitação.
“Quando ela foi resgatada ela foi resgatada com vida, levada ao recinto e no recinto algum tempo depois perceberam que ela não estava bem e veio a óbito. Todo o equipamento adequado para captura de animal foi utilizado, inclusive quando um animal foge o protocolo é de abate, mas a nossa intenção sempre foi resgatá-la com vida. Foram colocadas aquelas armadilhas com alimentação e seria com muito menos estresse dessa forma, mas não funcionou”, afirma Ana Maria, assessora jurídica do Bioparque.
Fonte: A10+