Confira o depoimento da teresinense presa por racismo na Bahia
O caso denunciado pela vítima ocorreu na tarde dessa terça (21), no Bloco Camaleão, no circuito Dodô.
O GP1 obteve acesso, com exclusividade, à integra do depoimento da professora de Educação Física, Lia Raquel Soares Regis, 44 anos, natural de Teresina-PI, que acabou sendo presa após ser acusada de chamar um vendedor ambulante de “macaco”, durante ao Bloco Camaleão, no Carnaval de Salvador-BA, na tarde dessa terça-feira (21). Ela rechaçou a acusação e disse que jamais chamaria o ambulante de macaco, pois tem um filho negro.
Ao ser ouvida pela delegada Ana Cristina Santos de Carvalho, Lia Raquel afirmou que estava acompanhada do marido, quando o vendedor de bebidas, Edielson de Souza Gomes, esbarrou um isopor nas costas dela, por duas vezes, ocasião em que o vendedor pediu desculpas de forma reiterada. Ela então resolveu se afastar dele, mas logo depois ouviu Edielson a agredindo verbalmente, em voz alta.
Lia Raquel afirmou que “como estava com a sua consciência tranquila, não disse nada, mas acionou o segurança do bloco, o qual pediu para o vendedor se acalmar, entretanto, ele não parava de falar e logo em seguida o referido apareceu com policiais civis, que conduziram a interrogada para a Central de Flagrantes”, diz trecho do depoimento de Lia Raquel Soares Regis.
Ao final do depoimento, a autoridade policial indagou a professora de Educação Física se ela tinha outra informação para declarar em sua defesa. Nesse momento, Lia Raquel afirmou que jamais “chamou o referido ambulante de macaco, mesmo porquê tem um filho, que é negro e, portanto, não seria capaz de proferir tal ofensa”, diz trecho do depoimento da teresinense.
Na ocasião, a defesa de Lia Raquel Soares Regis, representada pela advogada Mara Roberta Lima de Sousa, frisou que em um bloco de Carnaval é comum ter empurra-empurra e que o crime ora imputado é grave e imprescritível e que sua cliente era uma mulher idônea, com residência fixa e sem antecedentes criminais.
Por fim, a advogada de Lia Raquel afirmou que a situação narrada pelo vendedor nunca existiu e se trata de uma denunciação caluniosa. Ela ressaltou, ainda, que a suposta vítima estava bastante alterada e proferiu xingamentos contra a sua cliente, que ficou tão assustada, que queria, apenas, sair do confusão causada pelo próprio vendedor ambulante.
Audiência de Custódia
A audiência de custódia de Lia Raquel Soares Regis foi designada para esta quinta-feira (23), às 9h45 na Vara de Audiência de Custódia da Comarca de Salvador-BA. Enquanto isso, ela permanece presa.
Fonte: GP1