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Familiares fazem vigília no dia do aniversário de estudante morto em Teresina

João Pedro Lima Teixeira completaria 23 anos nesta terça-feira (23). Pai do jovem lamentou o fato de suspeitos do crime já terem tantas passagens pela polícia e continuarem soltos. Victor Daniel Moraes Silva já responde a oito processos.

Familiares e amigos do estudante de direito João Pedro Lima Teixeira, assassinado durante uma tentativa de assalto em Teresina, realizaram uma vigília em homenagem ao jovem nesta terça-feira (21), data em que ele completaria 23 anos.

O crime aconteceu na última sexta-feira (17), após a vítima reagir a uma abordagem de assaltantes na Vila Samaritana, bairro Satélite, Zona Leste da capital. O suspeito de atirar no rapaz, Victor Daniel Moraes Silva, 20 anos, está preso. A Polícia Civil continua as buscas por Daniel Sousa Barbosa, 27 anos, suspeito de conduzir a moto utilizada no latrocínio.

A vigília aconteceu no Parque da Cidadania, localizado entre as avenidas Frei Serafim e Miguel Rosa, Centro de Teresina. Familiares e amigos de João Pedro iniciaram uma concentração por volta das 17h.

Foto: Reprodução

A mãe do estudante, Rosilene Pereira Lima, chegou amparada por amigos do filho. Emocionada, ela carregava uma camisa do jovem. Um terço deu sequência às homenagens.

Foto: Reprodução

‘Justiça com as mãos sujas de sangue’

O pai, o empresário Edson Nouvaque Teixeira dos Santos, relembrou que Victor Daniel Moraes Silva, suspeito de ser autor do disparo que matou João Pedro, possui oito passagens pela polícia pelos crimes de roubo, receptação, porte ilegal de armas e latrocínio desde 2020. Ele pediu justiça pelo assassinato do filho.

“A Justiça do Piauí está com as mãos sujas de sangue e não é só do meu filho, é de toda sociedade. Por que esses marginais que cometem crimes grandiosos, logo estão soltos? Será que esses juízes que vivem em casas boas, cercados de uma segurança e um conforto maior, não pensam que um dia a violência pode chegar na porta deles?”, questionou o pai.

Edson Teixeira relembrou ainda o nascimento do filho, que completaria 23 anos nesta terça-feira (21).

“O João, há 23 anos, tinha mais ou menos seis horas de nascido. Estávamos muito felizes nesse dia, porque era o primeiro filho, o primeiro neto, fruto de um amor muito bonito. E a gente tava cheio de planos pra que esse garoto crescesse com saúde, com sabedoria. E o João realmente conseguiu crescer, não foi um garoto que teve tudo que desejasse, mas teve o que era necessário e ele sempre entendeu isso. Sempre buscou ter as coisas, a gente nunca entregou pra ele de mão dada”, disse.

O empresário trabalhava com o filho em uma empresa de cosméticos no bairro Satélite. Na última sexta-feira (17), João Pedro estava a caminho de um salão de beleza no bairro Renascença, onde faria uma entrega, quando foi surpreendido pelos criminosos que o balearam.

“Aos 15 anos dele, quando eu tive um problema cardíaco, eu tinha que passar 19 dias fazendo uma série de exames, tinha que ter repouso absoluto e a empresa era muito pequenininha, a gente tinha começado com pouquíssimos recursos, só o sonho e a ajuda de Deus. E o João um dia sentou do meu lado na cama e disse ‘pai, deixa eu fazer as entregas da empresa’, depois tomou de conta. Foi um garoto que vivenciou tudo com a gente. Teve os pés na roça, foi pro interior, brincou, se divertiu. Viveu intensamente a vida dele”, recordou.

“Às vezes eu pergunto, nas minhas orações, à Deus: ‘Senhor, será que eu merecia ter sido pai do João?’, porque o João era muito bom. Era não, ele morreu aqui na parte matéria, ele tá lá em cima. Eu acho que Deus levou meu filho antes que o mundo contaminasse, sabe? Um menino tão bom que eu acho que quando chegou na idade em que ele poderia ser contaminado pelas coisas do mundo, Deus levou”, concluiu.

Foto: Reprodução

Amigo relembra último encontro

O amigo Claudio Vitor Caminho, 19 anos, foi um dos organizadores da vigília. Ele e João Pedro estudavam na mesma faculdade e se encontraram um dia antes do jovem ser assassinado. Na oportunidade, os dois tiraram uma foto do encontro.

“Foi algo que me tocou muito: estar com ele menos de 24 horas do ocorrido, em um lugar feliz, todo mundo se divertindo. No dia do ocorrido, eu estava dormindo quando começaram a me ligar perguntando se era verdade, minhas pernas fraquejaram na hora e eu cai no chão desolado. O Pedro era muito extrovertido, com a energia leve, era uma pessoa incrível”, declarou.

O tio de João Pedro, Reginaldo Teixeira, contou que estava em casa com a família quando viu na televisão a notícia da morte do sobrinho. “Eu levei um susto, sai ligando para os familiares confirmando. Foi aquela loucura. Ele era muito ligado ao pai, trabalhador, maduro para a idade dele”, contou.

Fonte: G1 Piauí 

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