Grávida descobre no parto que bebê ficou morto na barriga quase 24 horas
Carla Lima alega que não foi atendida com a atenção necessária nas maternidades do Promorar e Wall Ferraz, Zonas Sul e Sudeste de Teresina. Em nota, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) afirmou que não houve negligência por parte dos obstetras que atenderam a mulher.
Uma mulher, grávida de pouco mais de 40 semanas, perdeu seu bebê na última quarta-feira (22) após buscar atendimento em duas maternidades de Teresina. A mãe relata que estava sentindo dores quando foi mandada para casa pelos profissionais das duas unidades e, horas depois, descobriu no parto que o bebê havia morrido.
Em nota, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) afirmou que não houve negligência por parte dos obstetras que atenderam a mulher. Veja o posicionamento na íntegra ao fim da reportagem.
Carla Lima estava ansiosa para a chegada de sua segunda filha, Laura, quando passou por momentos de agonia, que resultaram no óbito da bebê.
Conforme a mulher, ela decidiu ir até a maternidade do bairro Promorar após ter começado a sentir contrações, seguidas de um sangramento. Ao ser avaliada, Carla foi mandada de volta para casa. Ela ainda sentia a filha mexendo na barriga e chegou a ouvir os batimentos cardíacos da criança.
“Eu comecei a sentir dores e notei um sangramento na terça. Aí por volta das 14h fui com o meu marido para a maternidade do Promorar. O médico que estava lá mediu a minha pressão e fez o exame de toque, que constatou que o meu colo estava fechado. Por conta disso, ele disse que não era recomendável que eu fizesse uma cesariana e me mandou voltar para casa”, disse a mãe, relatando ainda que o profissional disse que ela poderia aguardar para fazer o parto com 42 semanas, ou seja, duas semanas depois.
Incomodada com o atendimento, a gestante partiu para a Maternidade Wall Ferraz (Ciamca), na zona Sudeste, onde afirmou ter recebido o mesmo atendimento da unidade anterior.
“Por volta das 15h fui no Ciamca e acabei sendo atendida por dois médicos, o que eu nunca tinha visto ocorrer. A primeira me encaminhou para a sala de exames, e quando retornei outro médico estava no local. Ele olhou o meu ultrassom e disse que eu estava bem e sem contrações, e novamente me disse para voltar para casa e ficar em repouso, pois as dores poderiam aumentar”, declarou Carla.
Ao contrário do que foi dito pelo médico, a mulher afirmou as dores diminuíram, mas Laura parou de mexer. Por conta disso, decidiu retornar à maternidade do Promorar na quarta (22).
“Na tarde da quarta eu retornei ao Promorar para buscar outros exames, já que não sentia mais a minha filha mexer. A médica que estava de plantão ficou preocupada com a situação e disse que eu deveria fazer um novo ultrassom, que não poderia ser feito lá. Tive que aguardar até às 20h para que uma ambulância me levasse ao Ciamca para fazer o exame. Lá eles confirmaram o óbito da minha filha. Retornei para o Promorar e só passei pela cesariana que iria retirar o corpo da Laura por volta das 23h”, concluiu a mãe.
Carla Lima alega que os profissionais das duas maternidades não a atenderam com a atenção necessária, e que por isso deseja registrar um Boletim de Ocorrência.
FMS
Em nota, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) afirmou que não houve negligência por parte dos obstetras que atenderam a mulher. O órgão destacou também que o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) irá elucidar a causa da morte do feto.
Confira a nota da FMS na íntegra:
A Maternidade do Promorar informa que a paciente foi atendida na última terça-feira (21) com quadro de pródromos (contrações curtas, sem evolução de dilatação) e, após avaliação médica, foi constatado que ela ainda não estava em trabalho de parto ativo, ou seja, sem indicação de internação.
A paciente procurou ainda atendimento na Maternidade Wall Ferraz (CIAMCA), onde fez exames de bem estar fetal que mostraram que as condições do bebê estavam normais e sem indícios de trabalho de parto ativo. Segundo as diretrizes do Ministério da Saúde, a resolução do parto só é preconizada após 41 semanas completas de gestação, por isso foi pedido que a paciente aguardasse o processo natural de parto.
A maternidade reitera que em nenhum momento houve negligência ou imprudência dos obstetras que avaliaram a paciente, o que é comprovado pelos exames físicos realizados em dois estabelecimentos de saúde distintos e nos exames de bem-estar fetal normais. Espera-se que a conclusão do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) elucide a causa da morte do feto.
Fonte: G1 Piauí