Professor é preso em operação contra pornografia infantil
Escola internacional St Nicholas mandou comunicado aos pais se dizendo "em choque". Pais estão consternados e aguardam mais informações
A Polícia Civil de São Paulo prendeu na manhã desta terça-feira um professor do colégio St Nicholas em Pinheiros, na zona oeste, suspeito de produzir e armazenar material de pornografia infantil. A escola é bilíngue e atende crianças desde 18 meses de idade.
A escola mandou um comunicado aos pais informando que “foram surpreendidos com uma operação policial de investigação de pedofilia que prendeu um dos nossos professores da unidade Pinheiros”.
O Estadão apurou que o professor, que é brasileiro, dava aulas de História e, segundo a investigação, filmaria alunas por baixo da saia do uniforme escolar. No comunicado da St Nicholas, a escola se diz “em choque” com as denúncias.
Pais e alunos estão chocados com a informação, dizem que o professor estava na escola há mais de 20 anos e que teria filhos matriculados também na St Nicholas.
“A situação está muito difícil, muito complicada. A pedofilia está mais perto do que a gente imagina”, diz a mãe de um aluno do ensino fundamental, que pediu para não ter seu nome publicado. Seu filho estuda na outra unidade da St Nicholas, em Alphavile, aberta em 2016. Segundo ela, o professor daria aulas apenas na unidade de Pinheiros.
Os pais têm poucas informações a respeito e aguardam mais notícias. Ela diz que gosta muito da escola e quer entender melhor o que houve antes de fazer qualquer julgamento. “É preciso ter cuidado com esse tipo de informação”, completou a mãe.
A St Nicholas é uma escola internacional, usa um currículo conceituado no mundo todo e aceito em universidades fora do Brasil. Há alunos desde os 18 meses até 18 anos de idade. A mensalidade gira em torno de R$ 7 mil. O Estadão tentou contato com a escola, mas ainda não obteve retorno. A St Nicholas foi aberta no Brasil em 1980.
O professor foi detido na sexta fase da Operação Luz da Infância. A ação prendeu 38 pessoas em flagrante até o final da manhã desta terça, 18, e foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A operação foi desencadeada pelas polícias civis de 12 Estados para identificar autores de crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes.