GSI comandará segurança de Lula em modelo híbrido
Desde janeiro, a segurança de Lula era coordenada pela Polícia Federal por meio da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata; estrutura será extinta.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que sua segurança pessoal será comandada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O novo modelo prevê uma estrutura híbrida, composta por integrantes da Polícia Federal, policiais civis e militares. O anúncio foi feito após uma reunião entre Lula e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Flávio Dino (Justiça), Marcos Amaro (Gabinete de Segurança Institucional) e Esther Dweck (Gestão).
— Conforme tinha sido previsto, de forma consensual, harmônica, o presidente arbitrou por um modelo híbrido, em que todos vão trabalhar juntos — disse Rui Costa — Teremos um time de forma entrosada garantindo a segurança das pessoas — afirmou o ministro.
Flavio Dino afirmou que não há divergências sobre o novo modelo e que GSI “terá caráter civil e militar”:
— GSI terá caráter militar e civil. O importante é que temos um modelo que atende ao principal: terão proteção adequada as famílias e presidente e vice. Não há divergência entre Casa Civil, GSI, Polícia Federal.
Desde janeiro, a segurança de Lula era coordenada pela Polícia Federal por meio da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata, uma estrutura provisória com vigência prevista até 30 de junho. A partir de 1º de julho, a secretaria será extinta.
— A Secretaria Extraordinária será extinta, como era previsto. Houve fator político para ser criada, e esse fator foi superado — esclareceu Dino.
O novo modelo a segurança presidencial será publicado na sexta-feira no Diário Oficial da União.
— A coordenação é do GSI, de forma cooperada, participativa, integrada. E, eventualmente, a desejo do presidente ou do vice-presidente, pode-se convidar até mesmo policiais militares ou civil — disse Costa.
Atualmente, a secretaria responde ao chefe de gabinete do presidente, Marco Aurélio Ribeiro, e possui mais de 400 policiais, a maioria vindos da PF, mas também há integrantes da Força Nacional, das Forças Armadas, Polícias Militares e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Em governos anteriores, o trabalho sempre foi feito pelo GSI, mas no início da atual gestão houve a mudança por causa do receio do novo presidente de infiltração de militares bolsonaristas na equipe incumbida de protegê-lo.
Nos bastidores, policiais federais e integrantes do Gabinete de Segurança Institucional travaram uma intensa disputa para comandar o esquema de proteção do presidente. O modelo híbrido com comando do GSI anunciado nesta quarta-feira já vinha sendo defendido nos bastidores pelo general Amaro.
A Polícia Federal, porém, vinha rejeitando a ideia de ter agentes subordinados ao comando militar. A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) chegou a divulgar nota defendendo a permanência da Polícia Federal no comando da segurança presidencial e afirmando que “não é aceitável nem republicano” subordinação da Polícia Federal ao GSI.