Teresina foi a única capital do país a não aderir ao Mais Médicos
Fundação Municipal de Saúde informou que cobertura da atenção básica chega a 96% na capital, o que justificaria a não adesão ao programa do governo federal.
A capital piauiense, Teresina, foi a única do Brasil a não aderir ao programa Mais Médicos, do governo federal. Conforme Docas Costa, tutora do programa no Piauí, a cidade perde tanto em assistência à comunidade quanto em formação de profissionais.
A Fundação Municipal de Saúde informou que cobertura da atenção básica chega a 96% na capital, o que justificaria a não adesão ao programa do governo federal. Veja posicionamento ao fim da reportagem.
Desde 2015, a capital piauiense não submete inscrições para fazer parte do programa. Adalgisa Silva, líder comunitária da Taboca do Pau Ferrado, na capital, conta que muita gente espera até três meses para conseguir uma consulta. Veja vídeo abaixo com o relato.
“É pouca equipe pra muita gente. Aqui, são mais de 20 povoados atendimentos por apenas uma Unidade Básica de Saúde com duas equipes. Uma consulta é marcada ‘pra’ três meses depois”, relata.
Neste ano, as capitais dos estados vizinhos Maranhão, São Luís, e Ceará, Fortaleza, terão 13 e 91 vagas, respectivamente. A cidade com mais vagas é Manaus (AM), 256 no total. Em todo o país, foram mais de 6 mil vagas ofertadas.
Em todo o Piauí, neste ano, conforme edital do Ministério da Saúde sobre o programa, 54 municípios aderiram e estão com vagas ofertadas para profissionais que quiserem se inscrever.
Parnaíba foi a cidade com mais vagas destinada: cinco no total. Depois, Esperantina, Picos e Campo Maior terão três vagas para médicos pelo programa. Para Docas Costa, tutora do Mais Médicos no Estado, a capital perde por não fortalecer a atenção básica em saúde e não qualificar mão de obra.
“Todas as capitais do Brasil aderiram. Nossa vizinha Fortaleza tem 400 médicos pelo programa só dentro da cidade, na grande Fortaleza. Na capital, nunca houve adesão. Poderíamos ter dezenas de vagas para residentes em saúde da família, estamos perdendo muito tanto na assistência quanto na formação de mão de obra muito qualificada em atendimento”, destacou ela.
O programa, conforme o Ministério da Saúde, “compõe um conjunto de ações e iniciativas do governo para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde do país”.
“Além de levar médicos para regiões onde há escassez ou ausência, o programa prevê a reorganização da oferta de novas vagas de graduação e residência médica (…), busca resolver a questão emergencial do atendimento básico, e também cria condições para um atendimento qualificado, (…) com médicos que criam vínculos com seus pacientes”, diz ainda o Ministério da Saúde.
O que diz a Fundação Municipal de Saúde
Segundo a FMS, a capital tem 263 equipes completas que atuam na Estratégia de Saúde da Família – área para a qual são destinadas as vagas do Mais Médicos. Todas as equipes, segundo o órgão, têm médicos. Leia a íntegra da nota da FMS:
NOTA À IMPRENSA
A Fundação Municipal de Saúde informa que Teresina tem 91 Unidades Básicas de Saúde, com 263 equipes compostas de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e odontólogos. Nenhuma equipe está sem médico. Teresina tem 96% de cobertura na área da Estratégia da Saúde da Família sendo uma das capitais com maior índice, o que não justifica a contratação de mais profissionais.
O número de equipes da estratégia da família é definido pelo Ministério da Saúde com base na população residente.
O Programa Mais Médicos tem como objetivo fixar o médico no município onde ele trabalha e os médicos do ESF de Teresina todos são residentes na capital.
Fonte: G1 Piauí