Saúde

Covid-19: Cientistas descobrem variante ‘mais mutante já vista’ do vírus na Indonésia; entenda

Pesquisadores afirmam que a nova cepa não oferece risco aparente e dizem que foi produzida a partir de um caso de infecção crônica

Uma variante do vírus Sars-Cov-2 coletada de um paciente em Jacarta, na Indonésia, bateu o recorde de mutações vistas numa única amostra do micróbio causador da Covid-19, com 113 alterações genéticas identificadas. O recorde foi verificado por cientistas após a sequência de RNA do vírus ser depositada em um banco de dados global de genômica.

Não está claro se as mutações encontradas no vírus contribuem para torná-lo mais agressivo, mas o número de alterações chamou à atenção. Como comparação, as primeiras ocorrências da variante Ômicron, responsável pela última grande onda de Covid-19, tinham cerca de 50 mutações identificadas, em relação às cepas iniciais do vírus.

Acredita-se que vírus encontrato tenha se originado de um caso de infecção crônica, uma uma viremia prolongada que pode durar meses. Esse tipo de prognóstico é comum em pessoas com sistema imunológico comprometido, como portadores de HIV ou pacientes em tratamento contra o câncer.

Segundo os cientistas, apesar de o vírus Indonésio não ser em si um problema, esse tipo de ocorrência contribui para elevar o risco de novas variantes preocupantes do patógeno emergirem, com maior capacidade de infecção ou maior habilidade de driblar a vacina.

Entre as 113 mutações encontradas no vírus, as que mais preocupam os cientistas são um subgrupo de 38 que ocorreram na proteína spike, a estrutura na superfície do Sars-Cov-2 que ajuda o vírus a invadir células.

“Este vírus continua a nos surpreender, e ser complacente é perigoso. À medida que o vírus se espalha e continua a sofrer mutações, inevitavelmente resultará em infecções graves nos mais vulneráveis e também aumentará o peso das consequências de longo prazo da infecção”, disse, Lawrance Young, virologista da Universidade de Warwick.

Fim da emergência sanitária

Em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que estava encerrada a emergência declarada para a Covid-19 há mais de três anos, um marco no surgimento intermitente da pandemia que matou milhões de pessoas em todo o mundo e mudou a vida cotidiana em condições antes inimagináveis.

— Com grande esperança, declaro a Covid-19 encerrada como uma emergência de saúde global — disse o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Globalmente, houve 765.222.932 casos confirmados de Covid, incluindo 6.921.614 mortes, relatadas à OMS em 3 de maio. Mas esses números são uma grande subestimativa do verdadeiro número da pandemia. Pesquisadores independentes estimam que a contagem real de mortes é muito maior.

Vários países já encerraram seus estados de emergência por Covid e se afastaram de quase todas as restrições de saúde pública implementadas para controlar o vírus. Os Estados Unidos suspenderam sua emergência da Covid também em maio. O vírus continua a ter status de pandemia de acordo com a OMS, assim como o HIV.

Fonte: O Globo 

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