Grupo é preso suspeito de aplicar golpe em pecuaristas
Os golpes consistiam em suposta intermediação na compra e venda de gado. Prejuízos chegam a R$ 100 mil.
Uma ação integrada da Polícia Civil do Piauí, em conjunto com a Polícia Civil do Mato Grosso, cumpriu mandados de prisão preventiva e desarticulou um grupo acusado de aplicar golpes em pecuaristas residentes no município piauiense de Uruçuí. As nove prisões ocorreram nesta quinta-feira (24), em Cuiabá.
As investigações esclareceram que os criminosos aplicavam os golpes ocorriam em ambiente virtual, durante uma suposta intermediação na compra e venda de gado. Conforme as informações da Polícia Civil do Piauí, duas das vítimas da investida criminosa tiveram prejuízo em torno de R$ 100 mil.
Durante o cumprimento dos mandado de prisão foram aprendidos cartões de crédito, celulares, dinheiro e na residência de um dos envolvidos. Além disso, os policiais apreenderam duas malas com grande quantidade de skank também conhecida como “supermaconha”.
O delegado-geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko, detalhou o modus operandi da quadrilha de estelionatários. “Eles [criminosos] faziam o seguinte: alguém [do grupo de estelionatários] anunciava um gado, por rede social ou qualquer outro meio, um indivíduo dizia que havia um comprador daquele gado, ao mesmo tempo ele oferecia a outra pessoa, pedia o dinheiro e dizia que a pessoa poderia receber o gado, por exemplo, em Uruçuí no dia “10” e na fazenda “X”, e aí [o estelionatário] dizia para a pessoa transferir para determinada conta que alegava ser o proprietário. Quando o cidadão transferia [o dinheiro] e ia comprar o gado, [o residente no local indicado pelos bandidos] alegava que não tinha vendido nada”, contou a autoridade policial.
Ainda em entrevista à impresa, o delegado Luccy Keiko, afirmou que o grupo criminoso também fez vítimas em outras unidades federativas. “Além de Uruçuí, houve casos em outros estados da federação. São muitos casos. Durante a investigação, nossa Inteligência ficou sabendo de mais casos e os casos foram aumentando o número de pessoas [investigadas]. Então, chegamos a nove pessoas envolvidas com esse tipo de crime só nesse período em que a investigação estava andando em torno dos crimes ocorridos em Uruçuí”, relatou Keiko.
Investigações
Luccy Keiko destacou que as investigações tiveram início no final do ano de 2022 e foi identificado que vários integrantes do grupo de estelionatários são detentos do sistema prisional do Mato Grosso.
“A investigação começou no final do ano passado. Ainda com o delegado Célio [Benício] que era o gerente de policiamento do interior. Uma investigação que envolvia pessoas de outro estado, do Mato Grosso, que estavam, em grande parte, no sistema prisional. Precisou-se de tempo, para fazer levantamento de campo junto com a polícia do Mato Grosso. Depois de perfeitamente identificados os alvos, nós representamos pelas prisões, buscas e com auxílio da polícia do Mato Grosso, conseguimos cumprir os mandados”, pontuou o delegado do Piauí.
Keiko acrescentou ainda que para aplicar os golpes, os criminosos apostavam erronamente na inércia da Polícia Civil do Piauí e de outros estados do Brasil. “Eles faziam [o crime] de outros estados porque eles imaginavam que é mais difícil para uma pessoa que foi vítima de estelionato aqui no Piauí chegar até eles lá em Cuiabá. Então, eles imaginam que a polícia não vai perder tempo e recursos para fazer uma investigação de estelionato porque os autores estariam em outros estados, mas nós fizemos isso! Fizemos a investigação por uma delegacia do interior, importante destacar isso porque os delegados e agentes novos que foram nomeados já estão mostrando serviço”, evidenciou o delegado-geral da Polícia Civil do Piauí.
Fonte: GP1