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Suspeito de golpes com passagens aéreas agiu como a 123 Milhas, diz delegado

A empresa suspendeu pacotes e passagens promocionais devido à alta de preços das companhias aéreas. Segundo delegado, o suspeito também teve dificuldades de obter passagens, mas passou a ficar com o dinheiro dos clientes e não comprar as passagens.


O homem preso nessa quarta-feira (13), suspeito de aplicar golpes com venda de passagens aéreas, passou por uma situação similar à da empresa 123 Milhas, de acordo com o delegado Humberto Mácola, coordenador da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).

“Ele atuava nas redes sociais e era indicado por outras pessoas que ele tinha de fato vendido passagens a preços mais baixos, mas chegou um momento que a demanda aumentou. No interrogatório após a prisão, ele confessou e disse que aquilo ‘cresceu o olho’ dele”, contou o delegado.

A 123 Milhas suspendeu pacotes e passagens promocionais devido à alta de preços das companhias aéreas. Segundo o delegado, o suspeito também teve dificuldades de obter passagens e mesmo assim não parou de vender.

Conforme o delegado, ele passou a não pagar os valores para as companhias aéreas. Portanto, as passagens não eram emitidas. A prática configura crime de estelionato. Até o momento, 10 vítimas de Teresina, Altos e São Paulo registraram boletim de ocorrência e prejuízo chega a R$ 20 mil.

“Em determinado momento, ele passou a aplicar o golpe. As vítimas começaram a chegar na delegacia a partir de março. Inicialmente, não sabíamos quem era, mas, devido ao acúmulo de vítimas relatando a mesma atitude, conseguimos buscar a identidade dele”, disse Humberto Mácola.

“Antes ele atuava na legalidade. Algumas vítimas relataram que ele foi indicado por pessoas que realmente tiveram suas passagens compradas e fizeram suas viagens. Mas chegou um momento que cresceu tanto que ele passou a não repassar”, completou o delegado.

Segundo o delegado, apesar da “dificuldade financeira” em garantir passagens aos clientes, o suspeito fazia muitas viagens. “Vivia no Rio de Janeiro, em São Paulo, em hotéis. Após a prisão ele confessou o crime e disse que aquilo cresceu aos olhos dele”, afirmou.

Humberto Mácola relembrou a situação de uma das vítimas, que comprou passagens de ida e volta para São Paulo, conseguiu ir, mas teve problema ao retornar.

“A ida foi tranquila, mas na volta, ela no aeroporto, com mala e tudo, foi tentar fazer o check-in, questionou o operador aéreo e ele disse que não existia passagem para ela naquele dia e em nenhum outro”, contou.

Conforme o delegado, a vítima teve que permanecer no aeroporto ainda por um tempo e adquirir uma passagem a vista para poder retornar para casa. “É um crime grave. Mexe com o sonho, com a locomoção. Você está ali querendo voltar para casa e não há passagem no nome”, declarou.

Divulgação nas redes sociais

A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática informou que o suspeito usava as redes sociais para oferecer passagens mais baratas, compradas com milhas. “Ele funcionava como agente de reserva e vendia as passagens pelo Instagram e WhatsApp”, disse Humberto Mácola.

“Quando a pessoa percebia que não tinha reserva, ao tentar entrar em contato com o suspeito, ele bloqueava a vítima. Conseguimos chegar até ele com auxílio das empresas e vítimas prejudicadas”, informou o delegado.

Após a prisão, o suspeito foi autuado por estelionato e encaminhado à Central de Flagrantes. Após audiência de custódia, ele deverá permanecer à disposição da Justiça enquanto responde pelos crimes.

Fonte: G1 Piauí 

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