Testemunha diz ter visto cabeleireiro que morreu sem roupa em via pública no Piauí
Versão de que ele teria sido confundido com estuprador ganha força; polícia apura.
Um caso cercado de mistério, mas que aos poucos começa a ser desvendado. O A10+ apurou com uma fonte da Polícia Civil do Piauí que uma testemunha confirmou que viu o cabeleireiro Rivaldo de Sousa Barreto, de 38 anos, sem roupa em via pública. A versão aumenta os rumores de que a vítima teria sido, de fato, confundida com estuprador e que, por isso, foi espancada até a morte na noite do último sábado (23) na Vila da Paz, zona Sul de Teresina.
A mulher revelou que foi abordada por Rivaldo, que estava sem uma das peças de roupa. Segundo ela, o cabeleireiro se aproximou de uma outra mulher aparentemente embriagado. Com medo e por não conhecer a vítima, a jovem teria espalhado na região que Rivaldo seria um estuprador. Diante disse, dois homens, entre eles, Elismar Fernandes da Silva, iniciaram os espancamentos.
“Ela contou que o Rivaldo estava, aparentemente, embriagado e que pedia ajuda. Ele bebia próximo em um bar e teria saído do local para trocar a bermuda que estava ao contrário. Em algum momento, que ainda não sabemos, ele teria tirado a roupa. Foi daí que alguém viu, gritou que ele tava nu e acharam que seria um estuprador. O Elismar, conhecido como ‘Tiaguinho’, teria iniciado os espancamentos, na companhia de outro homem, ainda desconhecido. Depois disso, alguns populares reconheceram quem era Rivaldo, gritaram pedindo socorro e desmentiram a versão. Um homem ajudou e vestiu ele, e aí acionaram uma equipe SAMU para realizar o resgate”, contou uma fonte ao A10+.
A versão da mulher será apurada pela Polícia Civil, que também já investiga a suposta negligência do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) durante o resgate da vítima. Familiares sustentam que os profissionais cometeram ‘falhas’ no socorro e que, por isso, o cabeleireiro não resistiu aos ferimentos e faleceu horas depois no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
A Polícia Civil quer saber o que teria motivado o assassinato de Elismar Fernandes, tendo em vista que, horas antes, ele teria participado do espancamento que resultou na morte de Rivaldo.
“Primeiramente o que chama atenção é a proximidade entre os dois crimes e a localização. Como vocês podem ver, o local onde a vítima foi encontrada, onde foi lesionada é logo à frente. Ainda ontem tivemos essa informação e vamos tentar confirmar. Como a vítima do veículo está identificada, vamos saber o que ela fazia aqui, já que ela residia no estado do Maranhão. Esse local era conhecidamente um ponto de venda de drogas. Vamos tentar identificar o que ele fazia aqui”, disse o delegado Danúbio Dias.