Empresário é preso em Teresina suspeito de traficar sedativo usado como droga em raves
O dono do pet shop foi preso em Teresina e o suspeito de liderar o grupo foi preso no Distrito Federal. A droga apreendida, cetamina, quetamina ou ketamina, também conhecida como Special K, é utilizada para sedação em cirurgias, mas algumas pessoas têm utilizado como droga recreativa.
A Polícia Civil do Piauí e Polícia Civil do Distrito Federal, durante operação conjunta, prenderam nesta quarta (8) duas pessoas, em Teresina e no Distrito Federal, por tráfico de cetamina, uma droga sedativa. Um dos presos é dono de um pet shop e loja de produtos agro-veterinários, na capital piauiense, que atuava com os dois filhos.
Como parte da investigação, a Polícia Civil apreendeu uma carga de sedativos na casa dos filhos do empresário. Foram cumpridos na capital piauiense quatro mandados de busca e apreensão e uma prisão preventiva.
Os mandados de busca em Teresina foram nos bairros Vale do Gavião, São João, Tabajara e numa loja de produtos veterinários na avenida João XXIII, todos os endereços na Zona Leste de Teresina.
As investigações foram iniciadas pela PCDF e as prisões e apreensões aconteceram por meio da Operação Rota K020, deflagrada nesta quarta. Durante as investigações, a polícia já tinha apreendido uma parte da droga e descobriu a rota do tráfico, que tinha início em Teresina.
Nesta quarta, a polícia apreendeu 177 frascos da droga em Teresina e houve o bloqueio de bens avaliados em R$ 3,5 milhões. Segundo a polícia, o valor é inteiramente resultante do tráfico da droga.
A droga apreendida foi a cetamina, quetamina ou ketamina, também conhecida como Special K, que é utilizada para alívio da dor e sedação em cirurgias – de humanos e, mais comumente, de animais -, mas algumas pessoas utilizam como droga recreativa porque a medicação tem poder alucinógeno. O medicamento é comumente utilizado em raves.
As ações, que contam ainda com o apoio da Polícia Civil dos de Goiás (PCGO), ocorrem em Águas-Claras, Ceilândia, Guará, Distrito Federal, Taguatinga, Vicente Pires, Recanto das Emas, Asa Sul, Paranoá, Arniqueiras e Alexânia/GO.
Rota da droga
Conforme as investigações, a obtenção da droga acontecia por meio de compra realizada pelo pet shop em Teresina, sob a justificativa de uso do medicamento para animais. Ele usava os CNPJs para adquirir a substância na indústria.
O empresário administrava a empresa com a ajuda dos dois filhos, os quais também eram responsáveis pela empresa, sendo um deles veterinário e o outro gerente. Ambos os filhos também são investigados pela PCDF.
Segundo a Polícia Civil do Piauí, o fornecimento da empresa teresinense já estava conhecido entre outros traficantes compradores.
A empresa da família, segundo a polícia, enviava a droga para o DF por meio de empresas interestaduais de ônibus que fazem esse trajeto que leva, em média, um dia e meio para o desembarque na rodoviária interestadual do Plano Piloto.
“Quando a carga chegava, um funcionário da empresa de ônibus comunicava o líder do grupo que mandava um outro comparsa pegar a encomenda, que sempre era acompanhada de nota fiscal falsa que indicava a remessa de outros produtos para ludibriar uma eventual fiscalização”, explicou o delegado da PCDF, Erick Sallum.
Fornecedor substituto
As investigações confirmaram que além do fornecedor de Teresina, o líder possuía um substituto em Alexânia, também proprietário de loja de produtos veterinários. Quando havia dificuldade de remessas de Teresina, a solução era adquirir com o fornecedor mais próximo. Já no DF, a droga era estocada no flat do líder, em Águas Claras, para a revenda a usuários finais e diversos outros pequenos traficantes.
Segundo o delegado, o líder do esquema criminoso já possuía extensa ficha criminal, porém não havia sido preso nos últimos dez anos por conta de arquivamentos, prescrições e extinções de punibilidade.
“Esse criminoso possuía um veículo Mercedes Benz, modelo C 180, bem como imóveis em nomes de terceiros para ocultar seu patrimônio. Também gostava de ostentar nas redes sociais, onde se apresentava em baladas e viagens ao exterior, sendo bastante conhecido pelo seu pseudônimo”, conta Sallum.
Fonte: G1 Piauí