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Morre o pensador quilombola Antônio Bispo dos Santos

Filósofo, poeta, escritor, professor e ativista político, Nêgo Bispo atuou em movimentos sociais e escreveu artigos e livros sobre a história de luta do povo negro.

Morreu neste domingo (3), no Piauí, o pensador quilombola Antônio Bispo dos Santos. Também conhecido como Nêgo Bispo, ele atuou em movimentos sociais e em organizações de defesa de quilombolas.

Filósofo, poeta, escritor, professor e ativista político, Nego Bispo escreveu artigos e livros sobre a história de luta do povo negro e propôs o conceito de contra-colonialismo, uma atitude de reforçar a cultura, práticas, organização social, todas as manifestações coletivas de povos colonizados contra os esforços de imposição dos colonizadores. Para ele, a contra-colonização seria o “antídoto” contra a colonização, que definia como “veneno”

Nego Bispo nasceu em 12 de dezembro de 1959, no vale do Rio Berlengas, região da cidade de Francinópolis, e viveu boa parte de sua vida no Quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí, cidade onde faleceu.

A Coordenação Nacional de Articulação dos Quilombos (Conaq) disse que a contribuição dele será lembrada e reverenciada por gerações. Nego Bispo atuou na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas.

Antônio Bispo dos Santos completaria 64 anos no domingo (10) que vem. Ele deixa quatro filhos, vários netos e milhares de admiradores e leitores. Pensadores, políticos, artistas e ativistas usaram as redes sociais para expressar seu lamento com a morte do escritor.

Coordenação Nacional de Articulação dos Quilombos (Conaq):

É com profundo pesar que lamentamos a partida de Antônio Bispo dos Santos, uma voz singular e significativa no âmbito da literatura e do pensamento quilombola.

Nascido em 1959, no Vale do Rio Berlengas, Piauí. Formou-se pelos ensinamentos de mestras e mestres de ofício do quilombo Saco-Curtume, município de São João do Piauí.

Sua contribuição inestimável para a compreensão e preservação da cultura e identidade quilombola será lembrada e reverenciada por gerações. Neste momento de perda, expressamos nossas condolências à família, amigos e admiradores, e reafirmamos a importância de honrar seu legado e perpetuar suas ideias. Que sua memória inspire e ilumine o caminho daqueles que seguem a luta pela valorização e reconhecimento das comunidades quilombolas.

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