Robert deixa a entender que Teresina não seguirá decreto
"Decreto quebra o princípio da isonomia: shoppings ficam mais tempo aberto que os outros comércios"
O vice-prefeito de Teresina e secretário de Finanças, Robert Rios (PSB), deixou a entender durante diálogo em um grupo de WhatsApp, que a cidade não irá seguir o decreto publicado pelo Governo do Piauí visando conter a proliferação do novo coronavírus.
Com o bom humor de sempre, ele foi indagado por um dos integrantes sobre a restrição de som ambiente nos restaurantes.
“Música propaga o vírus?“, perguntou.
“Principalmente a clássica. Uma sinfonia de Beethoven causa uma pandemia no ouvido de ignorantes“, respondeu Robert Rios.
Em seguida, um dos integrantes tascou novamente.
“Maluqinho (Robert Rios) tá mangando do decreto do Índio (Wellington Dias). O Xico tá desconfiado que o Dr. People NÃO seguirá o decreto do Índio“.
“É uma questão matemática simples: quanto menor o tempo, maior a aglomeração. Independente se tem ou não música no ambiente. E o decreto quebra o princípio da isonomia: shoppings ficam mais tempo aberto que os outros comércios“, disse o vice-prefeito.
Leia mais: Governo do Piauí adota novas medidas para conter a Covid-19
O empresário Valdeci Cavalcante, presidente do Sistema Fecomércio no Piauí, que está organizando uma manifestação nos próximos dias, parabenizou a fala do vice-prefeito. “É isso amigo! Simples!”, parabenizou.
Leia também: Capacho de Bolsonaro, Valdeci Cavalcante é contra decreto de Wellington Dias
O médico Paulo Márcio, direto do Hospital Universitário (HU-UFPI), também se colocou contrário. Segundo ele, o caminho a seguir é o da vacinação.
“Concentrar todos os esforços e todos os recursos para vacinar a população… esse é o caminho mais eficaz. A Alemanha apostou nisto desde cedo, o resultado foi um só: menos morte, menos crise, mais vida e mais crescimento. Vacinar a população a conta gotas va custar muito caro. Além de custar vidas”, postou o médico.
Reunião do COE não decidiu nada
O prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (MDB), que é médico, não participou da reunião do Comitê de Ações de Combate ao Covid-19 (COE), nesta quarta-feira (27), para decidir se seguirá ou não as medidas restritivas impostas pelo Poder Executivo Estadual.
Ele foi representado pelo presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), o médico Gilberto Albuquerque. Nenhuma decisão foi tomada nesta reunião. Um novo encontro acontecerá nesta quinta-feira (28). A tendência é de que o decreto estadual não seja seguido completamente.