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PIAUÍ: Empresário ataca o Governo após boates Sputnik e Apollo 11 descumprirem decretos

Acácio Veras Júnior, que virou sócio da Made Propaganda, buscava espaço em licitação da Comunicação, mas ficou de fora. Interesse contrariado teria sido motivo para mudança de comportamento

O empresário Acácio Veras Júnior, sócio das boates Apollo 11, Sputnik e Moon, passou a atacar o Governo do Piauí, o governador Wellington Dias (PT) e o secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, após ter interesses particulares contrariados dentro da atual gestão.

Muito ligado ao PT, principalmente pela relação de seu pai, Acácio Veras, que já foi presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI), no segundo mandato de Wellington Dias, a família possui um alinhamento com o deputado federal Merlong Solano (PT), o que facilita essa aproximação com a cúpula governista.

Acácio Veras Júnior com o pai, Acácio Veras Foto: Reprodução/Redes Sociais

No entanto, ultimamente, o empresário que buscava prestar serviços ao Estado por intermédio da Made Propaganda, agência de comunicação da qual virou sócio, criou o grupo ‘Eventos Piauí’ onde ataca o Governo do Piauí por manter medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19.

Grupo criado por Acácio Veras ataca o Governo por manter medidas de combate à Covid-19 Foto: Reprodução/Redes Sociais

Com a Made Propaganda, o empresário visava participar de forma vitoriosa do processo licitatório realizado pela CCOM, mas acabou ficando de fora, o que causou a brusca mudança de comportamento. Acácio passou a atuar como um adversário do Governo, ignorando inclusive, a relação de seu pai.

O deputado federal Merlong Solano com Acácio Veras e o governador Wellington Dias Foto: Reprodução/Redes Sociais

Empresas descumprem protocolos
As boates e os bares da qual ele é sócio passaram a descumprir todos os protocolos estabelecidos pelo Governo e aplicados pela Vigilância Sanitária. Nos grupos, ele estimula empresários, pessoas e consumidores a enfrentarem o Governo e realizarem eventos desafiando os protocolos sanitários.

Em um grupo de WhatsApp, Acácio Veras Júnior desabafou em conversa com o deputado estadual João Mádison (MDB). O empresário afirmou que há uma perseguição contra os pequenos empresários de eventos.

“Vigilância Sanitária tá fechando bar com música deputado. Que gera emprego e paga imposto. Aí fecha o bar e o povo faz uma micareta na Homero com mil pessoas aglomeradas e lá as autoridades não vão. Além de encherem as casas privadas com jovens em todos os bairros da cidade. Vivemos um momento tenso de perseguição com quem só quer trabalhar”, disse.

“Aqui é um desabafo de um empresário cansado de lutar e que pede ajuda pro setor e implora por bom senso. Somos aliados e queremos colaborar com as autoridades sanitárias. Mas precisam olhar por nossa situação e abandonar essa posição leonina”, completou.

A fiscalização da Vigilância Sanitária passou a atuar de forma mais rigorosa desde que os casos de Covid-19 e mortes aumentaram no Piauí. Agora, com a suspeita da variante Delta, as batidas dos órgãos fiscalizadores devem se intensificar.

Alvo do Ministério Público do Piauí
Além da sociedade nas boates, bares e na agência de publicidade, Acácio Veras Júnior é professor do iCEV, de propriedade de Rafael Fonteles. Em 2016, o Ministério Público do Estado do Piauí ingressou com uma Ação Penal (Criminal, nº 2016.0001.004992-6) contra Acácio e outras pessoas.

No caso específico de Acácio, o MPPI identificou que ele montou uma empresa, a Acácio Veras & Cia – EPP, no dia 13 de março de 2013 e, apenas 5 dias depois, já estava celebrando um contrato de assessoria em comunicação no valor de R$ 138 mil com a Prefeitura de Oeiras. Ainda de acordo com o MP, entre os meses de janeiro a março daquele mesmo ano, Acácio Veras Júnior, como pessoa física, prestava o mesmo serviço. O contrato com a empresa teria sido prorrogado duas vezes de maneira ilegal.

“Prestei serviço de comunicação integrada a prefeitura de Oeiras e em 2013 o MP local questionou o meu contrato. Porém as contas e o mesmo contrato foram aprovados no Tribunal de Contas nos anos que o prestei. Comprovei nos altos os muitos serviços prestados e estarei sempre à disposição da justiça. Seguirei desempenhando o que me preparei ao longo da vida pra exercer dentro de todos os princípios legais, como fiz até aqui”, disse em entrevista ao Portal Política Dinâmica.

O fato é que a relação de Acácio pai e Acácio filho junto a cúpula do Governo do Estado passou a ser questionada. Assessores do governador questionam a mudança brusca de comportamento, o que causou desconforto. Nos bastidores, comenta-se que a Made Propaganda estaria com outros projetos ligados à uma prefeitura.

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