Saúde

Ministério da Saúde confima caso de cólera no Brasil após 18 anos sem registros

Um homem com 60 anos de idade contraiu cólera em Salvador (BA), sem ter viajado para outro lugar.

Após 18 anos sem registros, o Ministério da Saúde confirmou um caso de cólera no país. A informação foi divulgada na sexta-feira (19). Um homem com 60 anos de idade contraiu cólera em Salvador (BA), sem ter viajado para outro lugar.

O Ministério da Saúde informou não terem sido identificados outros registros após a investigação epidemiológica realizada pelas equipes de saúde de Salvador, junto às pessoas que tiveram contato com o paciente.

A pasta afirma que período de transmissão da doença é de um a dez dias após a infecção, mas que está padronizado no Brasil o período de até 20 dias por margem de segurança, para as investigações epidemiológicas. 

Dessa forma, o paciente não transmite mais o agente etiológico desde o dia 10 de abril. No entanto, para o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, a confirmação desse caso autóctone é preocupante e representa um risco de disseminação da doença nas cidades em que as condições sanitárias são mais precárias.

“São necessários esforços de vigilância, bloqueio lá na região e aumentar a vigilância em outra cidades do país, uma vez que já realmente alerta da OMS sobre o avanço da cólera no mundo. A introdução dessa bactéria pode ser feita através de migração, de viajantes. Então esse risco é realmente considerável no Brasil”, declarou.

No Brasil, os últimos registros autóctones de cólera ocorreram em Pernambuco em 2004, com 21 ocorrências, e em 2005, com cinco casos confirmados.

Os números da Organização Mundial da Saúde sugerem que o aumento de casos deve se manter. Atualmente, 24 países já confirmaram surtos de cólera em andamento, sendo que alguns deles enfrentam o que a OMS chama de “crises agudas” provocadas pela doença.

A entidade lembrou que a cólera é uma infecção intestinal aguda que se espalha através de alimentos e água contaminados com fezes e que o quadro está intimamente ligado à falta de água potável, saneamento adequado, à pobreza e aos conflitos.

Em nota, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, da capital baiana informa que o caso foi detectado em março de 2024. O homem apresentou desconforto abdominal e diarreia aquosa. Duas semanas antes ele havia feito uso de antibiótico para tratamento de outra patologia.

Fonte: Agência Brasil

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