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Banco vermelho alerta sobre violência contra a mulher

O banco, que traz a frase “no Piauí, lutamos pelo feminicídio zero. Sentar e refletir. Levantar e agir”, faz parte de uma iniciativa para promover a reflexão e fornecer informações sobre prevenção e canais de ajuda para mulheres em situação de violência.

Nesta segunda-feira (17), Teresina recebeu um banco vermelho gigante, instalado no Parque Potycabana, com frases de conscientização e números de canais de denúncia de violência contra a mulher. Em 2024, 16 mulheres foram vítimas de feminicídio, no Piauí. O crime pode ser evitado com a denúncia durante o início do ciclo de violência. 

O banco, que traz a frase “no Piauí, lutamos pelo feminicídio zero. Sentar e refletir. Levantar e agir”, faz parte de uma iniciativa nacional para promover a reflexão e fornecer informações sobre prevenção e canais de ajuda para mulheres em situação de violência.

O que é? O Instituto Banco Vermelho é uma entidade brasileira sem fins lucrativos, suprapartidária e comprometida com a missão de lutar pelo feminicídio zero no Brasil e incentivar as mulheres a romperem o ciclo de violência e chamar a atenção da sociedade para essa causa. Para isso, são utilizados elementos urbanos, como os bancos e placas de sinalização de trânsito para fazer esse alerta. 

A secretária estadual da Mulher, Zenaide Lustosa, destacou a importância de iniciativas do tipo, incentivando vítimas de violência a denunciar os casos, já que é difícil a todas as vítimas de feminicídio no Piauí este ano foram dentro de suas próprias casas. Em 2024 já foram 16 mulheres mortas por condições de gênero ou em contexto de violência doméstica.

Audiência pública

Além da instalação do banco, a Comissão de Defesa do Direito da Mulher da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) realizou uma audiência pública no plenário da casa, requerida pela deputada Simone Pereira (MDB). O encontro teve como tema “Violência Contra a Mulher e Feminicídio no Piauí e no Brasil” e contou com a participação de autoridades, membros da Alepi, e representantes da sociedade civil. 

Durante a audiência, foi apresentado o resultado de uma pesquisa recente do Instituto DataSenado, que traz dados em âmbito nacional sobre a violência contra a mulher. A deputada Simone Pereira destacou a importância da rede de proteção, garantia de direitos e apoio às vítimas. 

Participaram do encontro Andrea Rodrigues, presidente do Instituto Banco Vermelho, e Paula Limongi, diretora executiva do instituto.

“Essa é uma campanha nacional que estamos desenvolvendo para avançar contra a violência. Estamos regulamentando para que 5% dos contratos estaduais sejam destinados a mulheres em situação de violência”, afirmou. O Banco Vermelho, segundo Zenaide, ampliará a visibilidade dessa questão em todo o estado. 

Piauí teve três feminicídios por mês em 2024

O Piauí teve três feminicídios por mês em 2024, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-PI). Ao todo, 16 mulheres foram assassinadas em contexto de violência doméstica no estado. 

Para impedir que essa terrível estatística continue em evolução, a pesquisadora na área de gênero, violência contra a mulher e feminicídio, Estelyta Hanna, afirmou que é preciso fazer com que mais mulheres procurem ajuda antes que o pior aconteça: sejam mortas.

Em um dos casos mais marcantes do ano, a dona de casa Helioene de Andrade e o filho, Flávio Henrique, foram mortos pelo ex-companheiro dela, Marcos Fortes, que esfaqueou Helioene e incendiou a casa onde ela morava com a família. O filho dela ficou internado vários dias antes de morrer. A mãe e a irmã da dona de casa ficaram bastante feridas. Marcos também sofreu graves queimaduras. Os três permaneciam internados no hospital até a última atualização desta reportagem. 

“O feminicídio consiste no assassinato de mulheres em razão do gênero. É a manifestação mais grave e cruel da violência perpetrada contra mulheres. Geralmente, é resultado último de uma série de violências vivenciadas pelas mulheres ao longo de suas vidas”, explicou Estelyta Hanna.

Essas violências podem ser físicas, psicológicas, sexuais, morais e patrimoniais. “Isso significa que a maioria das mulheres, antes de serem assassinadas, já haviam passado por situações violentas em um contexto conjugal. É o chamado Ciclo da Violência”, informou.

Fonte: G1 Piauí

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