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Polícia deflagra operação e cumpre mandados em condomínio de luxo em Teresina

Foram expedidos 4 mandados de busca a pedido da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.

A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil do Piauídeflagrou nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (19) a Operação Intruso, com o objetivo de dar cumprimento a quatro mandados de busca e apreensão, no bojo das investigações que apuram a invasão de dispositivo informático (notebook) e divulgação de conteúdo pessoal de Jorgiane de Carvalho Lopes Nogueira, então diretoria da Associação Terras Alphaville Teresina, localizado na zona leste da capital.

A Coluna obteve, com exclusividade, acesso aos nomes dos alvos dos mandados de busca e apreensão. São eles, o morador do condomínio Terras Alphaville, identificado como Whalyson Marrathyman Feitosa Melo, a prima dele, Amanda Layssa Feitosa de Lima, que reside em Parnaíba, além de Rosenilde Pereira de Andrade e Catarina de Brito Teixeira, ex-funcionárias do Terras Alphaville.

A investigação, capitaneada pelo delegado Humberto Mácola teve início em 06 de fevereiro deste ano, a fim de apurar a divulgação de áudios em conversa privada, por meio de acesso não autorizado a conversas de aplicativos de mensagens (WhatsApp Web) contidas em dispositivo informático (notebook).

A vítima, Jorgiane Nogueira, que na época dos fatos fazia parte da diretoria da Associação Terras Alphaville, participou de reunião no dia 28 de dezembro de 2023, no interior do condomínio, ocasião em que teceu discussões de cunho particular, vinculadas aos serviços e funcionários que trabalhavam no condomínio Terras Alphaville.

Posteriormente, em 31 de dezembro de 2023, os participantes da referida reunião foram surpreendidos com o envio de áudios com falas proferidas por Jorgiane naquele encontro a diversos moradores, por meio do aplicativo de mensagem WhatsApp, conteúdo o qual foi disseminado em portais jornalísticos do estado do Piauí.

Como ocorreu o crime

No curso das investigações, a Polícia Civil identificou que então funcionária da associação, Catarina de Brito, obteve acesso ao computador da associação, que estava com o WhatsApp Web de Jorgiane Nogueira aberto, ocasião em que passou a vasculhar o conteúdo dos diálogos de Jorgiane e o apresentou para o morador do condomínio Whalyson Marrathyman.

Whalyson, segundo investigação da Polícia Civil, entrou em contato com a prima (Amanda Layssa), que reside em Parnaíba, e esta, utilizando-se de um aparelho celular do próprio filho, mas com chip desconhecido, disparou todo o conteúdo de conversas privadas da diretora da associação, Jorgiane Nogueira, aos moradores do Condomínio Terras Alphaville.

No decorrer da apuração, os policiais identificaram ainda uma quarta pessoa, Rosenilde Pereira de Andrade, que segundo a investigação, obteve conhecimento privilegiado de que Catarina havia tido acesso ao conteúdo privado do WhatsApp Web de Jorgiane, mas acabou mentindo para a Polícia Civil no curso das investigações.

Associação de Moradores do Terras Alphaville movimenta mais de R$ 1 milhão ao mês

Para a Polícia Civil, o vazamento de conteúdo privado envolvendo membros da diretoria da Associação de Moradores do Terras Alphaville possuiu claro interesse em prejudicar a pessoa de Jorgiane de Carvalho Lopes Nogueira, a fim de demovê-la da direção da associação, que tem como uma das atribuições gerir um numerário vultuoso de dinheiro, que paira a mais de R$ 1 milhão mensais. De fato, Jorgiane já não faz mais parte da direção da Associação Terras Alphaville Teresina.

Investigados estão proibidos de ter acesso à sede da associação

Dentre os pedidos formulados pela autoridade policial e acatados pelo Poder Judiciário estão a proibição de Amanda Layssa Feitosa de Lima, Catarina de Brito Teixeira, Whalyson Marrathyman Feitosa Melo e Rosenilde Pereira de Andrade de ter acesso as dependências da sede administrativa da Associação Terras Alphaville, bem como de manterem contato entre si ou contato com a vítima, seja pessoalmente ou por via de plataformas em redes sociais, e, por fim, de exercer qualquer função laboral vinculada a Associação Terras Alphaville, seja a título gratuito ou oneroso.

Crime pode acarretar em até 5 anos de prisão

Em tempos de uso demasiado de mídias sociais e acesso a dispositivos móveis, a ação da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática deixa um recado claro. A invasão de dispositivo informático e divulgação de seu conteúdo é crime e os responsáveis estão sujeitos à pena de prisão, que pode chegar até 5 anos de cadeia. Durante as buscas nos imóveis dos investigados, os policiais apreenderam aparelhos telefônicos sob autorização judicial.

Fonte: GP1

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