Polícia divulga foto de último suspeito de latrocínio de empresário em Teresina
Segundo o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Ludvig Van Beethoven está foragido e ainda não foi localizado pela polícia, que faz buscas para encontrá-lo e cumprir o mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça.
A Polícia Civil do Piauí (PCPI) divulgou a foto(veja acima) de Ludvig Van Beethoven Klayton Gomes Lopes, conhecido como “Cachorro” , o último suspeito de envolvimento no latrocínio do empresário Antônio Francisco dos Santos Sousa que continua em liberdade. A vítima foi assassinada a facadas em abril deste ano em Teresina.
Segundo o delegado Divanilson Sena, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Ludvig Van Beethoven está foragido e ainda não foi localizado pela polícia, que faz buscas para encontrá-lo e cumprir o mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça.
Na denúncia apresentada à Justiça pelo promotor Sávio Eduardo Nunes de Carvalho, o suspeito teria sido responsável por tirar a vítima desacordada da casa de prostituição onde estava, na Zona Leste de Teresina, e levá-la até o local do assassinato, em uma fazenda na Zona Norte da capital.
Além de Ludvig, outras seis pessoas foram presas preventivamente suspeitas de participação no latrocínio, incluindo a namorada do foragido, identificada como Ana Clara. Confira abaixo os nomes e envolvimentos detalhados de cada uma delas:
- Maria Pereira da Silva: proprietária do prostibulo e cúmplice da sua namorada, Kalina. Teria enviado dinheiro para os envolvidos;
- Kalina Sampaio Rodrigues: proprietária do prostibulo e suspeita de desferir as facadas que mataram a vítima. Teria enviado dinheiro para os envolvidos;
- Kawana Maria Cardoso Soares(conhecida como Iasmim): garota que fez programa e consumiu drogas com a vítima, junto com Ana Clara, até ele ficar desacordado;
- Ana Clara Pereira Costa: namorada de “Cachorro”, garota que fez programa e consumiu drogas com a vítima, junto com Kawana, até ele ficar desacordado. Teria transferido dinheiro para os envolvidos;
- Jandeilson Rocha Ferreira: ajudou a levar a vitima desacordada até o local do assassinato;
- Anderson Luiz da Silva (conhecido como Pai Anderson): ficou sabendo do crime e não denunciou. Cobrou R$ 5 mil para fazer uma limpeza espiritual em Kalina e Maria após o assassinato.
O empresário Antônio Francisco foi encontrado morto, sem roupas e com perfurações de arma branca, em uma fazenda na região da Cacimba Velha, Zona Norte de Teresina.
Conforme a polícia, havia pelo menos 16 perfurações no corpo dele, que foi encontrado envolto em um lençol e com um par de luvas próximo. R$ 90 mil foram transferidos da conta bancária do empresáriopara a conta de suspeitos.
Depoimentos
Segundo a Polícia Civil, Antônio Francisco teria ido até a casa de prostituição e contratado duas garotas de programa. Dentro do quarto, ele ficou desacordado após consumir bebidas alcóolicas, remédios e maconha.
Nesse momento, os suspeitos tiveram acesso à sua conta bancária e transferiram R$ 90 mil para a conta de uma das suspeitas. Depois, partes do dinheiro foram transferidas para as contas dos demais envolvidos.
Desacordado, ele foi levado no próprio carro até uma fazenda na Cacimba Velha, em Teresina, onde foi assassinado a facadas.
O portal teve acesso ao depoimento de dois dos suspeitos presos por envolvimento no crime e de uma testemunha. Eles relatam a cronologia em que o crime aconteceu.
Testemunha (nome não divulgado):
Segundo a testemunha, que trabalhava no prostibulo na noite do crime, Ana Clara e Iasmim fizeram um programa com a vítima e a todo momento saiam para pegar mais bebidas alcoólicas. Quando elas pararam, a testemunha relatou que viu o carro da vítima ser colocado para dentro da residência onde funciona o estabelecimento.
Em seguida, Cachorro, Jandeilson e Kalina saíram do quarto onde estava carregando Antônio Francisco desacordado para dentro do carro da vítima. A prostituta Iasmim havia ido embora da boate, conforme a testemunha.
De acordo com o depoimento, Kalina e Ana Clara tinham o costume de dopar os clientes e fazer transferências, essa informação não é alvo de investigação da polícia. A testemunha disse que viu quando o carro retornou, sem a vítima, e quando Cachorro saiu no veículo acompanhado da namorada, Ana Clara, dirigindo uma motocicleta. Eles teriam ido abandonar o carro da vítima em um local próximo de onde o corpo foi encontrado.
Garota de programa Iasmim:
A segunda pessoa ouvida no processo foi a indiciada Kawana, conhecida como Iasmim. Ela contou que quando estava no quarto com a vítima fez o programa e saiu, deixando o empresário apenas com Ana Clara, ainda acordado.
Ao sair, por volta da meia-noite do dia 1º de abril, Iasmim cobrou seu pagamento da noite com Maria, mas ela disse que não poderia pagar porque o cliente ainda não havia pago e prometeu pagar Iasmim no dia seguinte. Na manhã do dia seguinte, a garota de programa recebeu uma quantia de R$ 5 mil vindo da conta de Maria.
Iasmim declarou em depoimento que, após receber o dinheiro, foi chamada pelas proprietárias do estabelecimento, junto com outras funcionárias que trabalharam na noite anterior, para um comunicado. Segundo ela, Maria falou que não era pra ninguém dizer que o empresário havia estado no prostíbulo.
Kalina então interrompeu a namorada e falou, segundo Iasmim: “Resumindo, se sair alguma coisa aqui do Bar, eu posso estar presa, mas irei atrás e da família também”. Além disso, ela contou que todas foram ameaçadas por Cachorro e Ana Clara.
Pai de santo Anderson:
Conforme o testemunho de Anderson, na noite do crime ele recebeu uma ligação de Maria, que é sua filha de santo, informando que, segundo suas palavras no processo: “Pai, tem um homem aqui. Tá aqui no Bar. O homem se drogou muito, bebeu e tudo. E aí, quando foram acertar lá, a Kalina não tinha o que fazer, viu que homem tinha muito dinheiro, pois ele já tinha gastado muito lá dentro e aí a Kalina transferiu R$ 90 mil da conta dele para dela”.
Quatro dias depois, segundo o depoimento do pai de santo, Maria apareceu pessoalmente em sua casa para dizer que Kalina havia matado o homem por causa da transferência e as duas queriam que ele fizesse uma limpeza espiritual nelas, para as protegerem.
Ele cobrou a quantia de R$ 5 mil para fazer o trabalho, como ele relata no processo. Ele contou ainda que manteve o sigilo dos fatos em razão da religião, mas também por medo dos envolvidos.
Fonte: G1 Piauí