Suspeitos de matar PM em posto de combustíveis passam por audiência em Teresina
Vítima foi espancada e morta com disparos de sua própria arma durante uma briga que envolveu várias pessoas que estavam no posto. O crime aconteceu na madrugada de 4 de fevereiro.
Quatro suspeitos de matar o soldado da Polícia Militar do Piauí Agamenon Dias Freitas Júnior, de 31 anos, durante uma briga em um posto de combustíveis passam por audiência de instrução e julgamento nesta quinta-feira (18), na 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina.
Pelo menos 18 pessoas, dentre os suspeitos e testemunhas (de defesa e acusação), devem devem ser ouvidas durante a audiência. Os suspeitos foram denunciados pelo Ministério Público do Piauí (MPPI) com base na investigação do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
Tiago Rocha Santiago, de 30 anos, é apontado como quem atirou contra a vítima, utilizando a arma dela. O demais acusados são: Pedro Vitor Cardoso Almeida, de 19 anos; Wicloas Neves Portela, de 21 anos, e Diego Bruno da Costa Sousa, de 32 anos.
Segundo o inquérito policial, o crime aconteceu por volta das 3h50min, em um posto de combustíveis na Avenida dos Expedicionários, na Zona Leste. Agamenon Dias Freitas Júnior foi espancado com chutes, socos e garrafadas pelos acusados, além de adolescentes.
Diego Bruno foi indiciado como uma das pessoas que agrediram o policial militar, e assim se tornou participante do homicídio. Durante as agressões, Agamenon teve sua arma de fogo roubada e foi morto com tiros disparados por ela. A arma foi roubada e recuperada após a prisão de Tiago Rocha.
Briga em posto de combustível
O policial Agamenon Júnior foi espancado e assassinado a tiros na madrugada de 4 de fevereiro de 2024, durante uma briga em um posto de combustíveis na Av. dos Expedicionários, na Zona Leste de Teresina. Um amigo de Agamenon, que o acompanhava, também foi espancado mas sobreviveu.
Segundo a Polícia Civil, ao chegar no posto, o policial foi até na loja de conveniência e, quando estava na fila, um menor, sobrinho de Pedro Vitor Cardoso Almeida, tentou furar a fila da conveniência e foi repreendido por Agamenon, dando início a uma briga generalizada entre os amigos do menor.
O policial chegou a empurrar o jovem e mostrou a sua arma. Pedro entrou na discussão em favor do seu sobrinho. Outro menor também participou do bate-boca. A discussão generalizada se estendeu até o pátio do posto.
Durante o trajeto até o carro das vítimas, Pedro entregou a sua motocicleta a Wicloas, para que ele saísse em busca de reforços. Tiago e um dos menores aproximaram-se de Agamenon e Ismael e iniciaram as agressões contra eles.
A namorada de Tiago também foi atingida na perna por um disparo. Tiago, com apoio de Diego Bruno da Costa Sousa, que já estava dentro do veículo, segurando o policial militar, possivelmente, com uma “gravata”, efetuou cerca de cinco disparos contra a vítima.
Após os disparos, a vítima ainda foi golpeada com garrafas de vidro. Wicloas retornou ao posto, portando uma arma. Quando preso em flagrante, Tiago identificou o local onde a arma estava enterrada, permitindo a sua apreensão. Pedro e Wicloas também foram presos em flagrante.
Segundo o MPPI, os acusados devem responder por homicídio qualificado, lesão corporal de natureza leve e corrupção de menores. Thiago Rocha também foi denunciado por roubo majorado pelo uso de arma de fogo de uso restrito.
O Ministério Público solicitou que seja fixada, em favor dos familiares da vítima falecida, quando da eventual Sentença Condenatória, valor mínimo de R$ 100.000,00, e R$ 20.000,00, em favor da vítima sobrevivente, a título de reparação dos danos.