Notícias

Candidato a vereador será investigado por compra de votos e associação criminosa em Teresina

Durante evento político do candidato, a PF prendeu 4 pessoas e apreendeu R$ 150 mil que seriam distribuídos para eleitores na zona Sul.

O candidato a vereador Érico da Luta, do Avante, será investigado pelos crimes de corrupção eleitoral e associação criminosa, após ação da Polícia Federal que apreendeu quase R$ 150 mil que seriam distribuídos a eleitores durante evento político de sua campanha, em um clube da zona Sul de Teresina, na noite dessa quinta (03). A informação foi dada pela delegada Milena Caland, da Delegacia Especializada em Crimes Eleitorais da PF, em coletiva de imprensa. 

Durante ação de monitoramento em evento político na zona Sul da cidade, policiais federais abordaram os envolvidos no instante da entrega de dinheiro. De acordo com a delegada, cada eleitor recebia de R$ 100 (moto) a R$ 200 (carro) para a plotagem dos veículos, em um evento muito organizado, com a entrega de ficha, cadastros e filas. Dez pessoas foram conduzidas à sede da PF para prestar esclarecimentos, permanecendo quatro presas por suposto envolvimento em crimes de corrupção eleitoral e de associação criminosa.

“Era um evento muito grande, com muitas pessoas, muito bem organizado e de fato o candidato esteve presente e o que nos chamou atenção, assim como foi nos denunciado: haveria distribuição de senhas, fichas e que essas fichas correspondiam a valores. R$ 100 para pessoas que tivessem motos e R$ 200 para pessoas que tivessem carro. Esses carros foram previamente adesivados com propaganda política do candidato há 15 dias atrás e em razão desse adesivaço, as pessoas estariam habilitadas a comparecer ao local e receber o numerário que foi prometido. Era uma forma de recompensa. E de fato as pessoas assim compareceram, muitas pessoas e no momento de formação das filas, as filas estavam gigantes que causou um certo tumulto no momento de formação das filas, aconteceu uma verdadeira desordem. 

Ainda segundo Milena Caland, a legislação veda o adesivaço quando se trata de motoristas de aplicativo.Os conduzidos pela PF foram pessoas que tinham ligação direta e poder de decisão no evento. 

“O que nós percebemos também depois que a ação foi feita e o material foi apreendido, que havia uma organização muito grande, inclusive com cadastro de pessoas com nome, CPF, o veículo e placa. Então havia um controle muito rígido de quem estaria lá. Eles, em sua maioria, são veículos de aplicativo. Nesse caso, os veículos são proibidos de serem plotados. Não podem ser adesivados. A legislação veda esse tipo de conduta. Foram conduzidas 10 pessoas. Haviam muitas pessoas, em torno de mil inclusive. A estimativa que foi feita foi em torno de mil pessoas. Nós selecionamos as pessoas que tinha ligação com o evento direta, com o candidato, pessoas que tinham poder de decisão, para que não trouxéssemos pessoas que nem sabiam o que estava acontecendo ali. Por isso, selecionamos 10 pessoas, dentre elas dois eleitores, para que a gente pudesse ratificar a situação de negociação de votos”, relatou a delegada. 

Candidato não estava mais no local na ação da PF

O candidato alvo não estava mais no clube no momento da chegada da equipe da Polícia Federal, porém como ele seria o principal beneficiário da conduta ilícita, será investigado em dois crimes na esfera penal.

“Durante o monitoramento o candidato estava, se apresentou, fez sua propaganda política, mas no momento da ação precisa, ele já não se encontrava mais no local […] Envolvendo captação ilícita de votos, sempre há corrupção.Lembrando mais uma vez que corrupção é quem compra e quem vende. O crime é de dois lados. Associação criminosa porque há várias pessoas envolvidas. Ele será investigado por ser o principal beneficiário da conduta. Se a campanha era em prol da candidatura dele e as pessoas estavam lá para receber um valor que foi negociado pela campanha, então ele será investigado sim […] Na esfera penal são dois crimes, um de três e um de quatro, que são sete anos ao todo. Dessas 10 (pessoas conduzidas), 4 de fato eram assessores, ou pessoas ligadas ao evento com capacidade de decisão. Pessoas quem estavam fazendo pagamento, cadastros, organizando. Elas tinham uma influência maior”, finaliza. 

Em nota enviada a reportagem, o Avante informou que está acompanhando as investigações. 

Nota à Imprensa 

Em relação às recentes alegações sobre a suposta compra de votos envolvendo um de nossos candidatos a vereador, informamos que estamos acompanhando o andamento da investigação. A história do AVANTE é de total compromisso com a Democracia e de discordância com qualquer ato que possa interferir na livre escolha de qualquer cidadão na hora de votar. Acreditamos na importância da transparência e no devido processo legal, e esperamos que todos os fatos sejam devidamente apurados. 

Reiteramos nossa confiança na Justiça para que as investigações sejam realizadas de forma imparcial e que a verdade prevaleça. Reafirmamos o nosso compromisso com a ética e a transparência no processo eleitoral. 

Atenciosamente, GLAYDSTON MICHEL SALDANHA MOURA LIRA PRESIDENTE DO PARTIDO AVANTE

Outro lado

O portal tentou contato com o candidato Érico da Luta para comentar o caso, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

Fonte: Portal A10+ com informações da Polícia Federal


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo