Incêndio pode prejudicar pesquisas científicas da UFPI
O fogo consumiu cerca de 15 hectares do território, em dois dias.
Pesquisas desenvolvidas no Centro de Ciências Agrárias (CCA) e no Colégio Técnico de Teresina (CTT) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) podem ser prejudicadas após o incêndio que atingiu pastos e áreas de manejo. O fogo consumiu cerca de 15 hectares entre terça e quarta-feira (22/23).
O professor e coordenador dos Biotérios de Caprinos da UFPI, Daniel Louçana, explica que a vegetação atingida era utilizada para a alimentação e o manejo dos animais. Com isso, as pesquisas, que envolvem caprinos e emas, poderão ser comprometidas devido à redução necessária no número de animais.
“Isso vai impactar o manejo dos animais, teremos que diminuir a quantidade deles, o que faremos urgentemente. Temos cerca de 90 animais, entre adultos e jovens, e vamos ter que reduzir esse número pela metade. Ao reduzir o quantitativo, isso também impossibilita a realização de algumas pesquisas”, explicou Daniel Louçana.
Além da preocupação com a alimentação, a natalidade dos animais também é um risco para as pesquisas. O diretor do CTT, Jossivaldo Pacheco, destacou que, na tentativa de salvar os caprinos, fêmeas e machos foram realocados no mesmo aprisco, o que pode resultar em reprodução não controlada.
“Acionamos a nossa equipe terceirizada e alunos envolvidos na pesquisa. Neste momento, pegamos os animais para protêge-los contra a fumaça e fogo. Eles foram deslocados até o aprisco de chão. Com isso, nessa tentativa de tentar organizar, as fêmeas se misturaram com os machos e isso vai prejudicar a pesquisa. Porque eles estão fazendo um controle de natalidade e um controle de cobertura. Agora, eles não têm o controle de qual fêmea foi coberta e qual macho a cobriu. Então, isso vai impactar de maneira séria a pesquisa que estava em andamento com os ovinos”, informou Jossivaldo Pacheco.
Segundo o coordenador Daniel Louçana, a expectativa dos pesquisadores é que, mesmo com a grande destruição, os pastos voltem a brotar. As medidas administrativas voltadas para o aumento na produção de forragem devem demandar tempo.
“A gente está tomando algumas medidas administrativas para poder reverter esse prejuízo. O solo é um local exaurível, renovável. Então, assim, o capim vai rebrotar, ele vai deferir, vai aumentar a produção de forragem novamente, mas isso requer um tempo de trabalho”, destacou o coordenador de Biotérios de Caprinos da UFPI.
As causas para o incêndio ainda não foram identificadas. O Corpo de Bombeiros do Piauí está investigando o caso. A preocupação das equipes é que os pequenos focos em troncos, ainda ativos, se propaguem com o vento e atinjam áreas preservadas.
Fonte: Clube News