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Laudos vão indicar se suspeito ingeriu alimento envenenado

Francisco foi preso temporariamente nesta quarta-feira (8).

Em entrevista nesta quinta-feira (9), o delegado Abimael Silva, da Delegacia de Homicídios de Parnaíba, informou que laudos periciais serão fundamentais para determinar se Francisco de Assis Pereira, de 53 anos, consumiu o arroz com feijão envenenado no almoço do dia 1º de janeiro, em Parnaíba, litoral do Piauí.

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Francisco foi preso na quarta-feira (8), suspeito de ter colocado o veneno na comida que resultou na morte de quatro membros da família e na intoxicação de outros três. Ele deu entrada no hospital no mesmo dia do crime e recebeu alta ainda no mesmo dia.

“Se ele ingeriu ou não o alimento envenenado, nós estamos esperando os laudos do sangue que foi coletado de todos e vai indicar a presença ou não da substância. Segundo as pessoas que foram ouvidas, há uma certa dúvida se ele comeu ou não porque para um dos policiais no local do crime ele disse que não comeu, as outras vítimas disseram que não viram ele comendo, ele disse que comeu quase tudo e uma das vítimas disse que viu ele trocando o alimento de vasilha e que ele teria ficado só beliscando. Então a gente não descarta a possibilidade que realmente ele tenha ingerido pouco do alimento ou que ele mesmo não tenha comido e simulou”, destacou o delegado.

Abimael Silva relatou que Francisco de Assis afirmou sentir-se mal cerca de quatro horas após o almoço, quando já estava sendo conduzido pela Polícia Militar à delegacia para prestar esclarecimentos sobre o caso.

“Umas três a quatro horas depois ele foi passar mal porque foi conduzido pela Polícia Militar para a delegacia para prestar esclarecimentos já que ele era o único da família que estava em condições de falar. Entre 16h30 e 17h da tarde, já três, quatro horas depois, dentro da viatura policial foi que ele relatou que estava passando mal e foi conduzido pela polícia ao hospital. Ele foi o único que foi conduzido pela polícia, o restante todos foram de ambulância para o hospital”, acrescentou.

Veja abaixo quem ingeriu o alimento envenenado:

  • Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (enteado de Francisco de Assis) – morto;
  • Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria) – morto;
  • Lauane da Silva, de 3 anos (filha de Francisca Maria e irmã de Igno Davi) – morta;
  • Francisca Maria da Silva, de 32 anos (mãe de Lauane e Igno Davi e irmã de Manoel e enteada de Francisco de Assim) – morta;
  • Uma menina de quatro anos (filha de Francisca Maria e irmã de Lauane e Igno Davi) – internada em Teresina;
  • Uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel) – recebeu alta;
  • Maria Jocilene da Silva, de 32 anos (vizinha) – recebeu alta;
  • Um menino de 11 anos (filho de Maria Jocilene) – recebeu alta.

Ainda segundo o delegado, Francisco teria preparado um prato específico para sua esposa, Maria, que é mãe dos irmãos Manoel Leandro da Silva e Francisca Maria da Silva, duas das vítimas fatais. A esposa não consumiu o arroz contaminado.

“A companheira dele, a Maria, ficou deitada maior parte do tempo porque teve uma festa de réveillon e segundo ela e os filhos dela, ela estava com dor de cabeça e indisposta e o Francisco ele fez um frango só para ela. Ao mesmo tempo que ele negava que não chegava de jeito nenhum perto do fogão, ele depois admitiu que havia feito um frango para ela e ela teria comido desse frango um pedaço do fígado e um pouco de caldo, ela não comeu do arroz. A gente acredita que como ela era a única pessoa que ele se relacionava bem dentro da casa, ele queria poupá-la”, explicou Abimael Silva.

Foto: Reprodução

O delegado informou que a prisão temporária de Francisco foi solicitada para evitar sua possível influência sobre as vítimas sobreviventes.

“Essa prisão ela é uma prisão permitida pela lei para investigar. Em alguns casos especiais, a lei permite uma prisão para se investigar, quando a pessoa é indispensável para o inquérito policial que é o caso da prisão temporária porque como há uma suspeita de que o mesmo possa ser o autor do crime e ele estava em convívio direto com as vítimas, o afastamento dele desse local é a coisa mais sensata a se fazer e, além disso, evitaria uma influência em relação aos outros familiares. Agora a gente está sentindo que eles estão mais abertos para falar sobre a relação familiar, e isso permite a polícia trabalhar de uma forma mais cômoda porque a gente tem um prazo de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30”, finalizou o delegado.

Fonte: Cidade Verde

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