
A vereadora Tatiana Medeiros (PSB) foi presa em sua residência durante uma operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (3).
A reportagem apurou que a ação investiga crimes eleitorais, possível envolvimento com facções criminosas e a compra de votos com dinheiro proveniente dessas organizações.
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Vereadora presa pela PF diz que gastou menos de R$ 50 mil na campanha eleitoral
Policiais Federais cumpriram nesta manhã oito mandados judiciais, sendo dois mandados de prisão preventiva, incluindo o de Tatiana, três de busca e apreensão e três de afastamento de função pública como vereadora e de cargos em comissão ocupados por investigados da Câmara Municipal de Teresina, da Assembleia Legislativa e da Secretaria de Estado de Saúde do Piauí.
As ordens judiciais, cumpridas na capital piauiense e na cidade de Timon (MA), foram expedidas pelo 1º Juízo de Garantias da Justiça Eleitoral no Piauí.
Em nota, A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) esclarece que o órgão não é alvo da investigação realizada pela PF no âmbito da Operação Escudo Eleitoral. Ao mesmo tempo, informa que está prestando, junto aos órgãos competentes, todas as informações solicitadas, já que um servidor foi citado na referida operação.
VÍNCULO COM FACÇÃO
Por meio de nota, a PF informou que a investigação foi iniciada após a divulgação dos resultados das Eleições 2024. Os agentes encontraram elementos que apontaram vínculo entre Tatiana e a facção “Bonde dos 40”, com atuação criminosa violenta no Maranhão e no Piauí.
Há indícios de que a campanha eleitoral da parlamentar foi custeada com recursos ilícitos oriundos de facção criminosa e também com desvios de recursos públicos da ONG Vamos Juntos, fundada pela vereadora.
SUSPENSÃO DE ATIVIDADES DE ONG
Além das medidas judiciais citadas, o Juízo Eleitoral determinou a suspensão das atividades da ONG da vereadora, com o consequente impedimento de receber qualquer novo aporte de recursos. Também foi determinada a proibição dos suspeitos afastados de suas funções de frequentarem os locais onde trabalhavam e de manterem contato com outros servidores.
Durante a operação, também foi realizada a prisão de uma pessoa que possuía um mandado de prisão preventiva em aberto.
PRIMEIRA FASE DA OPERAÇÃO
Tatiana também foi alvo da primeira fase operação Escudo Eleitoral, deflagrada em dezembro de 2024, que investigou a atuação de facções criminosas no processo eleitoral das eleições municipais daquele ano. Na ocasião, a PF realizou buscas na instituição Vamos Juntos, fundada por Tatiana Medeiros, e apreendeu R$ 100 mil em espécie.
O MeioNews contato com a defesa da vereadora e com a assessoria da instituição, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
Tatiana Medeiros é levada em viatura para a sede da Polícia Federal
Às 7h54, a vereadora deixou seu apartamento na zona Leste de Teresina e foi levada em uma viatura da Polícia Federal à sede da instituição policial.
AFASTAMENTO DE PARTIDO
A vereadora enfrenta atualmente um desgaste político dentro do PSB. No dia 31 de março de 2025, a direção do partido em Teresina decidiu afastá-la da secretaria-geral da sigla e abrir um processo na comissão de ética, devido às investigações policiais relacionadas à sua campanha eleitoral de 2024.
Segundo dirigentes do PSB, a medida buscava preservar a imagem pública do partido, além de garantir espaço para a defesa da parlamentar.
PRISÃO DO NAMORADO
Em novembro de 2024, o namorado da vereadora, Alandilson Cardoso Passos, foi preso em Belo Horizonte (MG) durante a Operação Denarc 64. A ação policial teve como alvo uma organização criminosa suspeita de envolvimento com lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, que teria movimentado mais de R$ 2,1 bilhões.
Ele foi detido em um hotel da capital mineira, onde estava com Tatiana, quando já tinha passagem comprada para viajar a São Paulo. Na época, Tatiana Medeiros não foi alvo da investigação. A operação contou com o apoio da Polícia Federal.