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UPA do Renascença: Apenas um técnico para 13 pacientes Covid

Situação é crítica dentro dos hospitais de Teresina. No HUT, 14 enfermeiras entregaram as escalas de plantões após receber gratificação de R$ 80

O caos se instalou na Fundação Municipal de Saúde (FMS) e na Prefeitura Municipal de Teresina. Novas denúncias encaminhadas ao El Piauí, dão conta de que somente um técnico em enfermagem está na incumbência de cuidar de 13 pacientes infectados com o novo coronavírus. 

A situação foi registrada na quarta-feira (31/03), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Renascença, na zona Sudeste de Teresina. 

Além da sobrecarga de trabalho, nenhum dos trabalhadores quer assumir os plantões na ala Covid. O motivo é a desvalorização salarial e os cortes promovidos pela FMS. Relatos feitos ao El Piauí, mostraram que no contracheque de março, alguns trabalhadores receberam somente R$ 80 de gratificação, quando um plantão deveria pagar cerca de R$ 220. 

Em nota, a FMS disse que os profissionais que quiserem acesso à informações sobre os valores recebidos, devem procurar o setor de recursos humanos da Fundação ou das unidades de saúde onde estão lotados. 

Leia mais: Covid-19: No HUT, 14 enfermeiras entregam escalas de plantões e choram ao receber R$ 80 no contracheque

Prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (MDB), que é médico, se esquiva do tema e não apresenta soluções para a situação em que o sistema de saúde da capital se encontra Foto: Ascom/PMT

“Ontem mesmo tinha um técnico para 13 pacientes na UPA do Renascença e ninguém quer assumir a ala Covid. Como? Recebendo pouco”, lamentou um enfermeiro que não quis ser identificado. Os trabalhadores temem perseguição por parte da Fundação. As poucas denúncias públicas e entrevistas estão sendo feitas e concedidas pelo Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi). 

“As alas Covid ficaram sobrecarregadas, com a abertura de novas alas. Os contratados não estão querendo assumir as escalas porque na cabeça deles não vale a pena. Ninguém quer assumir recebendo esse valor que a Prefeitura de Teresina quer pagar aos contratados. Por isso que fica um ou dois enfermeiros com a ala Covid, as escalas estão vazias, porque ninguém quer ir. Eles tem que se virar para contratar profissionais com urgência, porque daqui uns dias começa a morrer gente sem assistência”, denuncia. 

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A página O Piauiense, do jornalista Petrus Evelyn, trouxe denúncias neste sentido na quinta-feira (01/04). Uma trabalhadora da ala Covid informou que já estão sendo registrados óbitos devido a falta de assistência profissional. 

“A ala Covid da UPA Renascença está um caos. No começo da pandemia a escala era de dois médicos, dois enfermeiros e seis técnicos de enfermagem. Hoje está funcionando com um médico, dois técnicos e um enfermeiro e já teve óbitos hoje. Um grupo de funcionários saíram por conta de serem mal remunerados”, informou. 

Em entrevista à TV Clube, na manhã desta sexta-feira (02), o presidente da FMS, Gilberto Albuquerque, admitiu que profissionais entregaram as escalas de plantão no Hospital de Urgência de Teresina. Segundo ele, o motivo foi o cansaço. 

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