Hospital de Pio IX é interditado por falta de profissionais e condições de trabalho
Segundo o Coren-PI, a unidade de saúde tem menos da metade da equipe mínima de enfermagem, além de não ter enfermeiro técnico responsável e ficar sem profissionais durante o almoço e à noite
O Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI) decretou interdição ética do serviço de enfermagem do Hospital Local Dona Lourdes Mota, em Pio IX. Segundo o órgão, a unidade de saúde tem menos da metade da equipe mínima de enfermagem, o que faz com que o local fique sem enfermeiros nos horários de almoço e durante as noites.
Com a decisão, todas as atividades de enfermagem do hospital foram suspensas até que as irregularidades sejam sanadas.
De acordo com o Coren-PI, os principais problemas que motivaram a interdição ética foram os relacionados ao exercício da enfermagem, como a falta de um enfermeiro técnico responsável, que é um profissional cuja função é coordenar a equipe de enfermeiros.
Ainda segundo o conselho, o hospital tem um número de enfermeiros menor que a metade necessária para suprir a demanda: há apenas três profissionais, sendo um durante a semana e dois que cobrem os finais de semana.
Para o Conselho, o hospital necessita de uma equipe de, no mínimo, seis enfermeiros e um enfermeiro técnico responsável. A fiscalização apurou que, por falta destes profissionais, durante horários de almoço e em plantões noturnos, o hospital fica sem nenhum profissional.
As atividades eram então cumpridas por outros profissionais, como técnicos em enfermagem, de forma irregular. O hospital tem ainda problemas de estrutura, desde rachaduras nas paredes, portas e azulejos quebradas e sujeira.
A inspeção foi feita em dezembro de 2021, e a interdição realizada na quarta-feira (12). A mesmas irregularidades já haviam sido denunciadas durante a última inspeção no hospital, em abril de 2021.
“A interdição ética é o nosso último recurso, só acontece quando não recebemos nenhum retorno dos responsáveis pelas instituições. Esperamos que todas as irregularidades sejam resolvidas o mais rápido possível”, disse a conselheira Mageany Barbosa, do Coren-PI.