Wellington Dias reage às críticas de Arthur Lira sobre alta combustíveis
Arthur Lira criticou o governador do Piauí e outros gestores sobre suspensão do congelamento do ICMS
Diante do novo aumento anunciado pela Petrobras, o consumidor brasileiro assistiu uma nova troca de acusações sobre a culpa da alta dos combustíveis. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), reagiu às críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), neste domingo (16). “A proposta [da Câmara dos Deputados], sem qualquer diálogo ou base técnica, e apresentada não resolve, e ainda causa desequilíbrio a Estados e municípios”, rebateu Dias.
Em suas redes sociais, Arthur Lira havia afirmado: “Fizemos nossa parte. Cobranças, dirijam-se ao Senado”. O presidente da Câmara acusou os governadores de resistirem à ideia de redução do ICMS na época das discussões, em 2021. A acusação foi feita depois que o Fórum dos Governadores e o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) decidiu não renovar o congelamento do ICMS.
“A Câmara tratou do projeto de lei que mitigava os efeitos dos aumentos dos combustíveis. Enviado para o Senado, virou patinho feio e Geni da turma do mercado. Diziam que era intervencionista e eleitoreira. Agora, no início de um ano eleitoral, governadores, com Wellington Dias à frente, cobram soluções do Congresso”, afirmou Lira, fazendo referência ao governador do Piauí e coordenador do Fórum Nacional de Governadores.
Em resposta, o governador do Piauí afirmou que, apesar do congelamento do ICMS, a Petrobras anunciou seis aumentos no preço dos combustíveis. “Basta examinar o tamanho do lucro da Petrobras para saber quem está ganhando nesta falta de entendimento”, afirmou Wellington Dias.
Relembre
A Petrobras comunicou um novo aumento de preços da gasolina e do diesel às distribuidoras na terça-feira (11). A gasolina foi reajustada em 4,85%. O último ajuste nos preços tinha sido realizado em dezembro do ano passado, quando a Petrobras promoveu uma redução no valor da gasolina de 3,13% depois de seis meses de altas sucessivas nos preços.
Após o anúncio de novo aumento, o Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz) se reuniu na quinta-feira (13) e decidiu por não prorrogar o congelamento do preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF) dos combustíveis, que serve de base de cálculo do ICMS recolhido pelos Estados sobre o preço final da gasolina, diesel e etanol.
O índice havia sido congelado por 90 dias em 1º de novembro de 2021, por decisão unânime do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária). A medida vigora até 31 de janeiro de 2022 e dependia de nova decisão para ser prorrogada.
“A regra do congelamento teve dois objetivos: abrimos mão de receitas para ações em favor do nosso povo para provar que não ía parar de ter aumentos nos combustíveis e foram seis reajustes de lá para cá”, relembrou Wellington Dias neste domingo (16).