Olho gordo de Edmílson Ferreira deixa Teresina tomada pelo lixo e perdendo dinheiro
Fiscalização da limpeza pública, que é competência da SEMDUH, está sendo ignorada pelo secretário e terceirizada para outras pastas. Objetivo é tomar todos os contratos
A gestão do prefeito de Teresina Dr. Pessoa (MDB) passou ‘ilesa’ pela pandemia do novo coronavírus e conseguiu engrenar, mesmo em meio aos péssimos números de arrecadação e uma economia completamente estagnada. O primeiro ano de administração foi marcado pela retomada de obras importantes na cidade e pelo atendimento no setor social, voltado principalmente aos mais pobres.
Como nem tudo são flores, um segmento da administração municipal não acompanhou o pensamento e as ações do prefeito. A gestão do lixo urbano, especificamente a fiscalização, tem sido considerada completamente falha e levado prejuízos financeiros para os cofres públicos e muita dor de cabeça para o staff da prefeitura.
O olho grande do secretário Edmílson Ferreira, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (SEMDUH), é motivo de críticas dentro das Superintendências das Ações Administrativas (SAADs), visto que os contratos para recolhimento de lixo são vinculados à esses órgãos. Mas, Edmílson tem criticado as ações estabelecidas pelos superintendentes e buscado centralizar esses contratos na SEMDUH. Ele ainda não conseguiu convencer o prefeito Dr. Pessoa à adotar as mudanças desejadas.
A situação de Edmílson já não é das melhores. Inerte e muito procastinador, ele é chamado de ‘secretário marcha lenta’ pelos corredores do Palácio da Cidade. Amigo de longas data do prefeito, essa relação é o que tem segurado Edmílson na secretaria, mas ao que parece, por pouco tempo. Em gestões anteriores, a SEMDUH era uma das secretarias mais robustas e resolutivas. Além de limpeza pública, cuidava de iluminação pública e asfaltamento.
Logo que se iniciou a gestão, notou-se a lentidão do secretário, o que foi motivo para retirada do asfaltamento da pasta, que acabou sendo destinado para a Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (Eturb). A situação mudou e a cidade voltou a avançar em pavimentação.
PRRs estão sendo retirados
Para conter o avanço do lixo descartado irregularmente, foram instalados nos últimos anos cerca de 53 Pontos de Recolhimento de Resíduos (PRRs), em diversos pontos da capital. No entanto, a fiscalização, que é de competência da pasta de Edmílson Ferreira não tem acontecido, o que torna ineficiente a ação e ‘joga no lixo’ todo o recurso que é destinado.
Nas últimas semanas, vários PRRs estão sendo retirados de seus locais de origem e deixado as regiões sem um ponto específico para o descarte do lixo. Paralelamente à isso, a imundice se instala imediatamente.
Os PRRs são adequados para receber o lixo seco, que são resultados de capina, poda, materiais de construção, objetos velhos e demais utensílios que necessitem ser descartados em pequenas quantidades, de até 1m³ por dia (tamanho de uma carroça). Sendo proibida a colocação de lixo orgânico, animais mortos, penas e vísceras, resíduo industrial, entulhos em quantidade maior que 1m³, resíduo hospitalar, pilhas, baterias e aparelhos eletrônicos.
Lixo Zero é zero arrecadação
Um dos programas voltados para a manutenção da limpeza pública na cidade de Teresina foi o Lixo Zero. Além de proporcionar espaços limpos e saudáveis, o programa gerava arrecadação para o município, o que posteriormente seria revestido em melhorias para a população através de serviços públicos.
Essa é mais uma falha da gestão de Edmílson. Ao invés de investir na fiscalização, ele tem preferido cobrar de outros secretários que fiscalizem, enquanto possui em mãos um mecanismo de qualidade que agrega recursos financeiros para a Prefeitura de Teresina.
Atualmente, o programa Lixo Zero só existe no papel. O prefeito Dr. Pessoa já sabe que existem falhas e cobrou de Edmílson ações efetivas para colocar em prática. A SEMDUH possui apenas sete fiscais para atuarem em toda a cidade. Falou-se em licitação para compras de câmeras de segurança que seriam instaladas nesses locais onde estão os PRRs, mas também não saiu do papel.
Neste início de ano a SEMDUH apresentou alterações na tabela de valores para as multas, que passaram a ser de: leve – R$ 407,48; grave – R$ 1.018,73; muito grave – R$ 2.037,46; e gravíssima – R$ 4.074,92. Contudo, sem fiscalização não há multas e sem multas não há arrecadação. Sem fiscalização há sujeira e doenças e a população não merece tanto descaso.