Novo partido de Bolsonaro, PL perde cinco deputados no Piauí
Os parlamentares deixam o partido por terem indicações de cargos no governo estadual petista e querem se dissociar do bolsonarismo. Também justificam as novas regras eleitorais
Os deputados do Piauí estão aproveitando a janela partidária para deixarem suas siglas atuais e migrarem para partidos com chances de vitória nas eleições gerais de outubro deste ano. A maior debandada acontece no Partido Liberal (PL), que recebeu o presidente Jair Bolsonaro em novembro do ano passado.
O PL foi a sigla escolhida pelo presidente para concorrer à reeleição. No Piauí, será o partido que mais perderá parlamentares em atuação: cinco, dois federais e três estaduais, migram de partido. A janela partidária fica aberta até o dia 1 de abril.
Antes de receber Bolsonaro, o PL estadual tinha aproximação com o governador Wellington Dias (PT), que faz oposição ao presidente. Com a filiação nacional, a jornalista Samantha Cavalca assumiu a presidência estadual da sigla. Ela é ligada ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas).
A presidente do PL disse que os parlamentares que tiverem aproximação com o PT devem deixar o partido.
“Se for de apoio ao PT tem que deixar mesmo, não temos interesse neles. Nem eu, nem o PL, nem nossos apoiadores”, destacou Samantha.
O deputado federal Fabio Abreu foi um dos que deixou o PL e se filia nesta segunda-feira (7) ao PSD. Uma das justificativas é que com a coligação de Bolsonaro, o partido fica impedido de se coligar com as siglas de esquerda.
“Essa mudança de partido tem a ver com a questão da conjuntura atual da política. Há uma tendência muito forte da diminuição da quantidade de partidos no nosso país. Acredito que até em 2026, nós tenhamos apenas seis partidos na política brasileira”, explicou o deputado, que já foi Secretário de Segurança no governo petista e neste mandato mantém a indicação à Secretaria.
Também da Câmara Federal, a deputada Marina Santos vai migrar para o Republicanos. Ela justifica sua saída, mesmo apoiando o presidente Bolsonaro ao coeficiente eleitoral, que segundo ela, o PL não terá condições de atingir nestas eleições.
“O problema é que o partido tem que se adequar as regras eleitorais para ter possibilidade de atingir o coeficiente. Tem que ter a chapa para concorrer às eleições e o PL não tem até agora”, destaca a parlamentar que disse que sua desfiliação acontecerá automaticamente, ao se filiar ao PR. A data ainda está sendo planejada.
Já os deputados estaduais Carlos Augusto, Fábio Xavier e Dr. Hélio que possuem cargos e indicações de secretarias no governo de Wellington Dias deixam o Liberal. A ida do Dr. Hélio para o MDB foi motivada pela mudança nacional, mas também pela federalização dos partidos.
O PSD recebe, além de Abreu, o deputado Marco Aurélio Sampaio que sai do MDB, por estratégia devido às novas regras eleitorais. Ele é filho do presidente da Assembleia Legislativa, Themistocles Sampaio Filho.
O MDB que projeta a vice-governadoria na chapa governista receberá os parlamentares estaduais: Carlos Augusto, Dr. Hélio e Georgiano Neto que é do PSD.
A previsão é que pelo menos 15 deputados, sendo três federais, mudem de partido aproveitando o prazo aberto.