Esquema no MEC: Ciro fez ‘romaria’ ao FNDE com prefeitos piauienses; veja a lista
Prefeitos foram levados para conseguirem recursos federais em Brasília por meio do FNDE, onde o presidente é o ex chefe de gabinete do senador piauiense
O ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas), pode ter colocado uma série de prefeitos piauienses em uma saia justa. Isso devido a ‘romaria’ que o ministro alvo da Polícia Federal realizou ao levar os gestores para tratarem de recursos federais junto ao Ministério da Educação e outros órgãos no Governo Bolsonaro.
O suposto esquema que está sendo investigado no MEC, trata-se de um sobre preço de R$ 700 milhões na aquisição de ônibus escolar. A pasta responsável pelo esquema suspeito é o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), presidida por Marcelo Lopes da Ponte, ex chefe de gabinete de Ciro Nogueira no Senado Federal.
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Ciro se reuniu com Valdemar Costa Neto após suspeita de esquema no FNDE
Desde que se aliou ao presidente Bolsonaro, Ciro Nogueira começou a carregar prefeitos para Brasília sob argumento de conseguir recursos federais para os municípios. Após conseguir a indicação de Marcelo da Ponte, as romarias tornaram-se mais frequentes, e os gestores não escondiam o contentamento em aparecer nas redes sociais indicando que estavam no FNDE.
VEJA LISTA DE ALGUNS PREFEITOS PIAUIENSES LEVADOS POR CIRO:
Carmen Gean (PP) – Brasileira
Neto Mendes (PP) – Prata do Piauí
Jabes Júnior (PP) – Riacho Frio
Joel Rodrigues (PP) – Floriano
Dr. Wagner (PP) – Uruçuí
Eduardo Henrique (PP) – Júlio Borges
Dr. Corinto (PP) – Marcolândia
Josué (PP) – Morro Cabeça no Tempo
Júnior Percy (PP) – Buriti dos Lopes
Dr. Thales (PP) – Paquetá do Piauí
Magnum Cardoso (PP) – Caxingó
Dr. Naerton Moura (PP) – Sussuapara
Júnior Ribeiro (PP) – São Gonçalo do Piauí
Djalma Policarpo (PP) – Monsenhor Hipólito
Robertinho (PP) – Miguel Leão
Eugênia Nunes (Republicanos) – Francisco Ayres
Após as denúncias de corrupção, o presidente do FNDE foi convidado pela Comissão de Educação do Senado para esclarecer sobre as denúncias de que os pastores Gilmar e Arilton pediram propina a prefeitos em troca da liberação de recursos do fundo.
O caso acarretou a demissão do ministro Milton Ribeiro, no final de março. Em outros dois casos relacionados ao FNDE, nesta semana o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu um pregão para a compra de ônibus escolares, por suspeitas de sobrepreço, e a imprensa denunciou a destinação, com recursos do FNDE, de kits de robótica a escolas que, em alguns casos, nem sequer dispõem de computadores.
O senador Marcelo Castro (MDB-PI), que preside a Comissão de Educação no Senado, disse que uma Comissão Parlamentar de Inquérito está cada vez mais próxima de ser instaurada na Casa.
Em depoimento, Marcelo da Ponte chegou a negar ter conhecimento de que os pastores organizassem eventos com prefeitos. O senador Randolfe Rodrigues exibiu, porém, um vídeo de um evento em Salinópolis (SP) em que o presidente do FNDE se dirige aos dois pastores, sentados à mesa de honra do evento, e declara: “Pastor Gilmar, mais uma vez juntos, muito obrigado pela presença; pastor Arilton, que sempre organiza…”.
“Foi um modo de falar. Eles me diziam, por exemplo, quantos prefeitos estariam [lá], para eu saber o número de técnicos que precisava levar para o evento”, justificou Marcelo da Ponte.
O presidente do FNDE acrescentou ter prestado esclarecimentos à Controladoria-Geral da União (CGU) em um processo sigiloso que apurou as denúncias. Anunciou ainda a suspensão preventiva dos repasses do fundo aos municípios.
VEJA FOTOS DOS GESTORES EM BRASÍLIA:
