Brasil é o mais que mais desmata florestas tropicais no mundo
O país sozinho é responsável por 40% do desmatamento no mundo.
Esse top 5 permanece quase constante nos últimos anos, somente com uma mudança da Indonésia, que, em 2020, caiu uma posição -as taxas de perda de floresta primária foram reduzidas pelo quinto ano seguido no país; comparada a 2020, a queda já chega a 25%.
Ainda sobre o Indonésia, a WRI aponta alguns riscos para a proteção das florestas: o elevado preço atual do óleo de palma e o fim do congelamento de abertura de novas áreas para esse tipo de plantação.
Os países do top 5 de perda de floresta primária, com exceção da Bolívia, assinaram a Declaração de Florestas, compromisso para conservação das matas visando a interrupção da perda florestal até 2030. O documento foi definido na COP26, Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que ocorreu no fim do ano passado, em Glasgow, no Reino Unido.
Zerbini afirma que, apesar de, logicamente, ainda não ser possível ver nos dados possíveis efeitos da declaração, os dados históricos apresentam um certo nível de estabilidade. Um possível efeito de Glasgow, então, seria bem-vindo para auxiliar na redução das perdas.
Os dados apresentados pela Global Forest Watch são diferentes dos disponibilizados anualmente pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Os dois possuem metodologias próprias para captura e análise de perda florestal, não sendo comparáveis, portanto.
Há outras metodologias ainda para observar por satélite a derrubada de floresta. Um exemplo é o acompanhamento constante que o Imazon realiza.
Apesar de a queda de florestas tropicais ter maior importância, também há perda de matas em outras regiões do mundo. São, porém, processos distintos: em locais mais distantes dos trópicos, usualmente as perdas não resultam em uma mudança de uso do solo, como no Brasil, onde áreas desmatadas acabam virando local para pasto e plantação. Os dados da Global Forest Watch também olham para elas.
Segundo a plataforma, a perda de florestas boreais chegou ao maior nível da história no ano passado, com cerca de 30% de crescimento em relação a 2020.
A situação tem relação com as grandes perdas de vegetação por incêndios na floresta russa (na qual as perdas são sempre majoritariamente associadas ao fogo), na pior temporada de queimadas das últimas duas décadas.
Fonte: Folhapress