Governo compra dessalinizador para combate a seca no Piauí
Os sistemas são capazes de aproveitar, de forma sustentável, poços abandonados por terem águas salobras e salinas, ou seja, impróprias para consumo sem que haja o devido tratamento
O Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), está investindo mais R$ 130,3 milhões na ampliação da oferta de água no semiárido brasileiro. Entre as ações, estão a implantação, por meio do Programa Água Doce, de 426 novos dessalinizadores em todos os nove estados da Região Nordeste do País, além de Minas Gerais. No Piauí serão implantados 20 aparelhos para reduzir a vulnerabilidade social com a falta de chuvas.
Os sistemas são capazes de aproveitar, de forma sustentável, poços abandonados por terem águas salobras e salinas, ou seja, impróprias para consumo sem que haja o devido tratamento. Com esse investimento, serão implantados 20 dessalinizadores em Alagoas, 60 na Bahia, 20 no Ceará, 20 em Sergipe, 60 no Rio Grande do Norte, 100 na Paraíba, 20 no Piauí, já contratados, além de 69 em Minas Gerais, 27 no Maranhão e 30 em Pernambuco, que serão contratados em breve. O investimento total com os sistemas será de R$ 122,2 milhões.
Além disso, foi celebrado, em março deste ano, convênio no valor de R$ 6,5 milhões com o município de Galinhos, no Rio Grande do Norte. O recurso será utilizado na implantação do primeiro sistema de dessalinização da água do mar no âmbito do Programa Água Doce e de uma adutora para distribuição do recurso hídrico. O equipamento, que terá capacidade de armazenar 200 mil litros de água potável diariamente, vai beneficiar cerca de 2,9 mil pessoas.
“A água é o fio condutor de todas as ações aqui do ministério. Água no seu conceito básico significa vida, significa fomentar as cadeias produtivas, significa geração de emprego, significa desenvolvimento e, para o semiárido nordestino, que é o principal foco da nossa atuação aqui no Ministério do Desenvolvimento Regional, significa reduzir a dependência do carro pipa e emancipar a população”, destaca o ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel.
Esses novos dessalinizadores fazem parte da segunda fase do Programa Água Doce. Na primeira fase, foram instalados 905 sistemas, que produzem, diariamente, 3,6 milhões de litros de água potável, beneficiando uma população estimada em 216 mil pessoas. Outros 295 sistemas da primeira fase já estão em execução, com recursos assegurados em anos anteriores.
Redução da Operação Carro-Pipa (OCP)
Para reduzir a demanda e o custo das aquisições dos carros-pipa, o MDR também está desenvolvendo 18 projetos-pilotos para estruturar o Programa Água Doce em comunidades rurais do Nordeste. Os sistemas já implantados serão otimizados e novos mananciais serão criados para abastecimento de comunidades rurais, aproveitando poços existentes que estão subutilizados ou abandonados.
Os novos mananciais reduzirão as distâncias de transporte dos carros-pipa e, consequentemente, os investimentos do MDR com a operação na região, garantindo, ainda, o abastecimento perene de localidades rurais.
Além dos pilotos, será avaliada a possibilidade de reduzir o custo operacional com implementações de novas redes de abastecimento de água em comunidades em que a distância da fonte hídrica não seja limitadora e com densidade suficiente para distribuição domiciliar.
Além de ofertar água de maior qualidade para consumo humano, o projeto irá possibilitar aumento na renda das comunidades atendidas, uma vez que será implementada a carcinicultura, uma técnica de criação de camarões em viveiros, como solução sustentável para a utilização da água concentrada em sais.
Os 18 projetos serão executados nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Para definir as comunidades, será considerado o mapeamento de áreas prioritárias para a redução do abastecimento pela Operação Carro Pipa. Os investimentos nas contratações dos projetos são de R$ 1,6 milhão. Serão beneficiadas cerca de 72,1 mil pessoas, das quais, 7,7 mil receberiam rede de abastecimento de água.
Com investimentos, a partir dos estudos preliminares, estimados entre R$ 20 milhões e R$ 24 milhões, será possível reduzir em até 74,5% o custo operacional da Operação Carro-Pipa, considerando os gastos no ano de 2019 nas regiões beneficiadas com projeto-piloto.