Saúde

Vacina BCG: prolongado o prazo para imunizar bebês

A falta de vacina contra tuberculose no Piauí aumenta o prazo para os responsáveis levaram as crianças para tomar o imunizante; o ideal é que os bebês tomem a vacina 12h após o nascimento.

Faltam vacinas BCG, de prevenção contra tuberculose, na rede de saúde de todos os estados brasileiros. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a aquisição do imunobiológico – material de produção da vacina – está dificultada e uma nova estratégia de distribuição da vacina foi desenvolvida para evitar a falta total do medicamento na rede hospitalar. A vacina será solicitada por agendamento e pode ser aplicada em até 30 dias.

O superintendente de Atenção à Saúde e Municípios, Herlon Guimarães, afirma que o ideal de aplicação é nas primeiras 12h de vida dos bebês, mas as maternidades de todos os municípios terão até 30 dias para realizar o agendamento da vacina. Para ele o período de agendamento até a vacinação não é um “problema” para o recém-nascido.

O Piauí já chegou a receber 40 mil doses de BCG por mês. No mês de abril, o estado recebeu a metade das doses, 20 mil. Para este mês de maio o MS ainda não divulgou uma previsão de distribuição. “Ela já vem nesse desabastecimento lá nos anos 2000. Naquele momento já era orientado que não fosse ofertada em salas de vacina de postos de saúde, apenas em maternidades. Agora tivemos uma redução maior ainda (das vacinas)”, lembra Herlon.

Agendamento

Segundo o superintendente, os institutos que recebem a vacina são contemplados com dez a 20 doses da BCG. Os frascos, depois de abertos, perdem sua condição de uso em questão de horas. Por isso, ele ressalta a importância de realizar agendamento para a vacinação na nova estratégia.

Herlon Guimarães conta que em agosto de 2020 o MS ainda não tinha essa informação e o órgão emitiu uma nota orientando que poderia sim, abrir o frasco e utilizar mesmo que houvesse desperdício de um número maior de doses. “Agora seguimos uma nova nota de orientação (da Secretaria de Saúde do Piauí –Sesapi) com o uso do agendamento para evitar a perda de doses”.

A estratégia de agendamento para aplicação da vacina será utilizada por pelo menos sete meses. O prazo foi definido pelo MS, e durante este período, a rede de saúde estará com estoque reduzido de vacinas BCG. A distribuição estadual também foi explicada pelo superintendente.

Ele diz que a quantidade de doses enviadas aos municípios será definida conforme a notificação de bebês nascidos vivos. Herlon também orienta aos gestores municipais que a vacinação com BCG seja realizada em apenas uma unidade da cidade, para melhor controle das doses e facilidade de conhecimento e atendimento à população.

Confira a nota completa da Sesapi:

O Ministério da Saúde enviou aos estados uma nota técnica informando a disponibilidade limitada da vacina BCG no estoque nacional em razão de dificuldades na aquisição deste imunobiológico, devido a este problema haverá diminuição do quantitativo de doses dessa vacina a ser distribuída ao Piauí.

Atenta dessa decisão, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), enviou uma nota técnica aos municípios informando da redução no quantitativo a ser recebido por cada cidade. “A previsão do ministério é de manter esta readequação pelos próximos sete meses. Diante disso pedimos o uso racional desta vacina por este período”, disse a Coordenadora de Imunização da Sesapi, Kássia Barros.

A pasta ainda não sinalizou o quantitativo de cada estado, mas reforçou a importância da alimentação oportuna dos sistemas de informação quanto ao registro das doses de vacina administradas e das perdas vacinais, para que possam acompanhar e monitorar a vacinação nas pelos estados e realizar as adequações necessárias na reprogramação do envio das doses.

Até maio o Piauí recebeu do Plano Nacional de Imunização 93.240 doses da vacina BCG. “Este registro é importante também para apoiar, futuramente, o Ministério da Saúde na realização de um planejamento de compra mais próximo possível da necessidade real dos estados. Tão logo a situação do estoque nacional da vacina BCG seja regularizada, a SVS retomará a distribuição deste imunobiológico, conforme a solicitação dos estados”, pontua a coordenadora.

A BCG protege contra a tuberculose, que é uma doença infecciosa com transmissão aérea. Assim como o coronavírus, também pode ser transmitida através do espirro, da fala ou da tosse de alguém contaminada e ativa. Daí a importância da vacinação logo cedo. Ela deve ser aplicada logo após o nascimento, ainda na maternidade.

A dose da vacina BCG é única e estudos comprovam que a partir dos cinco anos ela não possui mais eficácia nas crianças.

Fonte: portalclubenews.com

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