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Servidores do TJ são alvos após cobrança de propina no Piauí

Uma servidora, que é terceirizada, foi presa em flagrante na tarde de segunda-feira (16) em frente ao Fórum Civil e Criminal de Teresina.

As equipes de investigação do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) apuram se a servidora terceirizada do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), presa em flagrante na última segunda-feira (16) ao receber R$ 2 mil de uma vítima para agilizar um processo, agia sozinha ou se participava de um esquema criminoso. O Greco também investiga se outras pessoas foram vítimas desse esquema.

Áudios das negociações entre a vítima e a funcionária:

“A servidora foi autuada em flagrante pelo crime de corrução passiva. Os autos investigatórios continuam no sentindo de identificar se foi um caso isolado ou se a cobrança de propina no referido órgão ocorria de forma reiterada. Somente com o avanço das investigações vai contar se essa servidora estava agindo sozinha ou em conluio com outros servidores”, comenta o delegado Francírio Queiroz, do Greco.

No momento da prisão, a investigada disse aos policiais que tem direito a um advogado e se manteve em silêncio, incluindo na oitiva. Ela deve passar por audiência de custódia ainda nesta terça-feira (17).

Em um dos áudios, a servidora diz para a vítima: “Eu não te falei que iria entregar hoje. Eu falei que estava minutado, aguardando só a assinatura da doutora. Ela só vai enviar para a doutora depois que tu entregar e enviar para ela, entendeu? ”.

Prisão em flagrante

A servidora, que é terceirizada, foi presa em flagrante na tarde de segunda-feira (16) em frente ao Fórum Civil e Criminal de Teresina, na zona Norte de Teresina, ao receber R$ 2 mil de propina. Ela não teve o nome divulgado.

Ela deve responder pelo crime de corrupção passiva, dentre outros. A servidora é investigada por cobrar quantia em dinheiro para agilizar trâmites processuais envolvendo pensão alimentícia na 5ª Vara da Família.

Uma das vítimas denunciou a servidora ao Greco. A investigada cobrou R$ 2 mil da vítima para acelerar um processo judicial ajuizada no ano de 2013.

O delegado de Polícia Civil, Tales Gomes, coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), comenta que a vítima procurou à polícia, após ser cobrada novamente pela funcionária na manhã de segunda-feira (16).

“Na semana passada, uma senhora procurou a 5ª Vara da Família. Desde então, ela foi atendida por uma funcionária. Essa funcionária pediu o contato (do telefone) dela e manteve contato no sentindo de ter uma sentença favorável para essa pessoa, que estava com um processo há mais de 10 anos. Na manhã de ontem (16), o primeiro bom dia que essa pessoa recebeu foi da funcionária cobrando e marcando o encontro. Essa pessoa procurou o Greco, fomos informados dos detalhes e acionamos a Deccor (Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro). Após ela entregar o dinheiro para a funcionária e sair do veículo, nós demos voz de prisão”, explicou o delegado.

Já o delegado Ferdinando Araújo, titular da Deccor, ressalta que a equipe também está em diligência na ocorrência para identificar mais envolvidos.

Esclarecimento TJ-PI

Em nota, o Tribunal de Justiça do Piauí e a Corregedoria Geral da Justiça afirmaram que não compactuam com quaisquer condutas ilegais e que, em caso de acusação contra servidor, são adotadas todas as providências legais, como a abertura de Processo Administrativo Disciplinar, caso haja indícios suficientes, obedecendo a todos os preceitos legais.

Fonte: portalclubenews.com

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